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Trump acusa comissário da NFL de ter perdido controle da liga

Jogadores do Miami Dolphins, da NFL, se ajoelham durante o hino americano em protesto contra a desigualdade racial nos EUA - AP Photo/Stephen Brashear
Jogadores do Miami Dolphins, da NFL, se ajoelham durante o hino americano em protesto contra a desigualdade racial nos EUA Imagem: AP Photo/Stephen Brashear

Da EFE, em Houston (EUA)

24/11/2017 21h56

Houston (EUA), 24 nov (EFE).- O confronto direto entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e jogadores e o comissário da NFL, Roger Goodell, por causa dos protestos de alguns atletas durante a execução do hino nacional do país, ganhou um novo capítulo nesta sexta-feira.

Trump voltou a utilizar o Twitter para atacar a NFL e o que considera como uma falta de respeito ao país depois de alguns jogadores terem voltado a se ajoelhar na hora do hino durante partida disputada ontem, feriado do Dia de Ação de Graças.

Além de criticar a forma de protesto dos atletas, Trump afirmou nas redes sociais que Goodell perdeu o controle da liga.

"Vocês acreditam que a falta de respeito ao nosso país, à nossa bandeira, ao nosso hino, continuam sem punição para os jogadores?", escreveu Trump no Twitter. "O comissário perdeu o controle da hemorrágica liga. Os jogadores são os chefes!", completou.

O pensamento do presidente é compartilhado pela grande maioria dos donos das franquias da NFL, que não querem falar sobre o assunto com medo de criar ainda mais polêmica. Foi o que ocorreu depois das declarações do proprietário do Houston Texas, Bob McNair, que definiu a situação como a de uma "prisão comandada pelos presos".

Os jogadores dos Texans não gostaram nada dos comentários de McNair, que teve que pedir desculpas publicamente e dizer que foi mal intepretado. O dono da franquia disse que fez uma comparação ruim e que não quis chamar os jogadores de prisioneiros.

Já Goodell vive outros problemas. Além dos protestos, o comissário está tendo que lidar com a queda da audiência dos jogos na televisão e com da presença do público nos jogos. Ele, porém, estava focado em negociar a extensão de seu próprio contrato.

A imprensa revelou parte das exigências de Goodell no seu contrato: um salário anual de US$ 50 milhões, um avião particular pelo resto da vida e plano de saúde vitalício para sua família.

O dono do Dallas Cowboys, Jerry Jones, disse estar disposto a processar a NFL se todos os proprietários de equipe não tivessem o direito de votar o acordo antes de ele ser aprovado e assinado pelo comitê de compensação, formado por apenas seis dos donos de franquia, órgão que negocia o contrato com Goodell.

Jones fazia parte do comitê como observador, sem direito a voto, mas foi expulso pelo presidente do órgão, o dono do Atlanta Falcons, Arthur Blank, que quer ter a última palavra sobre o caso.

Desta vez, a mensagem de Trump no Twitter foi uma resposta a uma publicação de seu diretor de redes sociais, Dan Scavino, que também entrou na polêmica com a liga de futebol americano.

Scavino tinha compartilhado uma matéria do "Breitbart News" sobre Olivier Vernon, defensive end do New York Giants, que se ajoelhou antes da partida entre sua equipe e o Washington Redskins ontem.

O "Breitbart News" é um site comandado por Steve Bannon, ex-assessor de Trump, e um dos principais responsáveis pela campanha que levou o empresário à presidência dos EUA.