Simona Halep, tenista ex-número 1 do mundo, e Nick Kyrgios criticaram a suspensão de Iga Swiatek, flagrada no antidoping, por apenas um mês. A polonesa testou positivo para trimetazidina.
O que aconteceu
Halep desabafou sobre a diferença de tratamento. Em outubro de 2022, a romena foi punida por quatro anos por ter feito uso da substância proibida Roxadustat. Pouco antes, ela havia vencido a brasileira Bia Haddad na final do WTA 1000 de Toronto.
Ela disparou contra a ITIA (Agência Internacional de Integridade do Tênis): "Fez absolutamente tudo para me destruir". Ela e disse que foi alvo de injustiça e que perdeu dois anos da carreira.
Eu tento entender, mas é realmente impossível para mim. Eu me pergunto: por que há uma diferença tão grande no tratamento e no julgamento? Não encontro e não creio que possa haver uma resposta lógica. Só pode ser má vontade por parte do ITIA, a organização que fez absolutamente tudo para me destruir, apesar do óbvio. Halep, nas redes sociais
'Bad boy' do tênis, Nick Kyrgios foi mais direto: 'Nosso esporte está ferrado". O australiano fez o comentário reagindo a uma publicação de outro tenista, Benjamin Lock, ironizando a punição.
OUR SPORT IS COOKED https://t.co/bHa9cLjxAM
-- Nicholas Kyrgios (@NickKyrgios) November 28, 2024
Swiatek não foi a única atleta de elite flagrada no antidoping neste ano, juntando-se a Jannik Sinner. O italiano testou positivo duas vezes em março deste ano para a substância proibida clostebol, mas foi considerado sem culpa nem negligência e não foi suspenso. Recursos à decisão estão tramitando em instâncias superiores.
Confira o desabafo de Simona Halep
"Eu tento entender, mas é realmente impossível para mim. Eu me pergunto: por que há uma diferença tão grande no tratamento e no julgamento? Não encontro e não creio que possa haver uma resposta lógica. Só pode ser má vontade por parte do ITIA (Agência Internacional de Integridade do Tênis), a organização que fez absolutamente tudo para me destruir, apesar do óbvio.
Eles queriam muito destruir os últimos anos da minha carreira, queriam algo que eu nunca poderia imaginar que pudesse ser desejado.
Sempre acreditei no bem, acreditei na justiça deste esporte, acreditei no bem. Foi doloroso, é doloroso e talvez sempre será doloroso a injustiça que me foi feita. Como é possível que em casos idênticos que aconteceram quase ao mesmo tempo, o ITIA tenha abordagens completamente diferentes em meu detrimento? Como pude aceitar que a WTA e o conselho de jogadores não quisessem me devolver a classificação que eu merecia?!
Perdi dois anos de carreira, perdi muitas noites em que não conseguia dormir, pensamentos, ansiedade, perguntas sem respostas... mas ganhei justiça. Descobriu-se que se tratava de uma contaminação e que o passaporte biológico era pura invenção. E ganhei outra coisa, minha alma permaneceu limpa!! Sinto decepção, sinto tristeza, sinto frustração, mas não sinto raiva nem agora."
Punição a Iga
Atual tricampeã de Roland Garros e vice-líder do ranking mundial, a polonesa testou positivo para a substância proibida trimetazidina em agosto deste ano.
A ITIA aceitou a defesa da tenista, que argumentou ter ingerido a substância por meio de uma medicação fabricada e vendida na Polônia (melatonina) que Iga vinha tomando para tratar problemas de jet lag e insônia. Portanto, o teste positivo foi julgado como não intencional após uma investigação que incluiu depoimentos da tenista e sua equipe e análises de dois laboratórios credenciados pela Agência Mundial Antidoping, a Wada.
Como a medicação contaminada era uma medicação regulada e que não exige prescrição médica no país da atleta, Iga foi julgada como "sem culpa significativa nem negligência, o que resultou em uma suspensão curta.
Iga foi suspensa provisoriamente de 22 de setembro a 4 de outubro, período em que deixou de disputar três torneios: o WTA 500 de Seul, o WTA 1000 de Pequim e o WTA 1000 de Wuhan. Ela recorreu no mesmo dia da suspensão e, enquanto o recurso era julgado, Iga e sua equipe informaram o tribunal independente que haviam identificado que o remédio a base de melatonina estava contaminado com trimetazidina (TMZ).
A contaminação foi confirmada por um laboratório independente de Utah (EUA), que é credenciado pela Wada, e o cenário foi analisado por um expert científico independente de outro laboratório credenciado pela Wada. Quando isso aconteceu, a ITIA decidiu encerrar a suspensão provisória, o que aconteceu em 4 de outubro. Como a atleta recorreu dentro do prazo de 10 dias e a apelação teve sucesso, a suspensão provisória não foi tornada pública.
O tempo de suspensão provisória conta para a suspensão definitiva. Portanto, Iga, que recebeu sua sentença em 27 de novembro, estará liberada para voltar a competir já no dia 4 de dezembro.
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