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'Novo McGregor' apadrinhou criança com câncer e ganhou UFC no carisma

Paddy Pimblett foi comparado a McGregor e ganhou UFC fora do octógono - Julian Finney/Getty Images
Paddy Pimblett foi comparado a McGregor e ganhou UFC fora do octógono Imagem: Julian Finney/Getty Images

Thiago Tassi

Do UOL, em São Paulo

29/07/2022 12h00

A bola da vez no UFC talvez seja Paddy Pimblett. O inglês, que é da cidade de Liverpool, estreou pela organização em 2021, venceu as três lutas que fez pela via rápida (um nocaute e duas finalizações) e conquistou o bônus de 'performance da noite' em todas as aparições no octógono mais famoso do mundo.

O desempenho no peso-leve (70 kg) naturalmente já colocaria o lutador de 27 anos no radar de Dana White, líder do UFC. Mas Pimblett promete entregar muito mais à companhia. Atleta mais ovacionado pelo público na O2 Arena, local das disputas do último fim de semana, em Londres, 'The Baddy', como é conhecido, aos poucos vai ganhando o maior evento de MMA do mundo pela personalidade forte e carisma.

Comparado ao astro Conor McGregor pelo próprio Dana White, Paddy Pimblett chamou a atenção com um discurso forte no último sábado (23), no card principal, após finalizar Jordan Leavitt. Ele dedicou o triunfo ao pequeno Lee, uma criança inglesa que faleceu aos quatro anos, em junho passado, por causa de um câncer e deu um depoimento importante sobre masculinidade tóxica, após o suicídio de um amigo.

Paddy Pimblett cativou parte do público inglês fã de MMA com a relação construída com 'Baby Lee Hodgson'. O lutador apadrinhou a criança, que lutou bravamente contra um câncer agressivo (rabdomiossarcoma alveolar), mas não resistiu e morreu.

Lee foi diagnosticado com a doença em 2020 e, depois disso, os pais Josh Hodgson e Kiesha Murphy começaram a arrecadar fundos para ajudar no tratamento. Foi assim que eles conheceram 'The Baddy', por meio das redes sociais.

Pimblett usou a sua popularidade para ajudar a família e desenvolveu um vínculo com o garoto, que virou seu torcedor 'número 1' no UFC. O menino às vezes fazia visitas ao atleta na academia e era recebido em sua casa pelo xodó do UFC.

Antes de finalizar Jordan Leavitt, no último dia 23, Paddy Pimblett esteve acompanhado da família Hodgson na pesagem e citou o pequeno. "Eu sei muito bem que ele [Lee] estará lá comigo no sábado [dia 23 de julho]. É por isso que Jordan Leavitt não pode me machucar, eu sei que ele vai estar lá comigo e vou machucá-lo [Leavitt] adequadamente por Baby Lee", afirmou o inglês antes da luta.

Ao subir ao octógono e vencer, ele fez a dedicatória e disse que 'Baby Lee' era mais lutador do que qualquer um presente na O2 Arena. A fala arrancou aplausos do público.

Em entrevistas prévias ao último confronto, ele já havia se emocionado ao falar sobre a criança. "Fui ao funeral dele. Foi difícil. Muito difícil. Você nunca deveria ter que ir ao funeral de uma criança de quatro anos. É algo que ninguém deveria fazer. Especialmente pais e mães", afirmou Paddy Pimblett, que no evento do UFC em Londres vestiu uma camiseta com a foto do garoto.

"Ainda não consigo acreditar nas notícias devastadoras sobre meu pequeno companheiro, o maior guerreiro que já conheci na minha vida, depois de uma longa e dura batalha contra sua doença. Todos os meus pensamentos vão para Josh e Keisha e sua família inteira, vocês são mais fortes do que vocês jamais saberão. Te amo companheiro, eu sei que você estará lá comigo para sempre quando eu entrar no octógono", escreveu o inglês na postagem no Instagram (veja acima).

Após a terceira vitória seguida de Pimblett no UFC, Dana White promete dar mais chances ao lutador, a quem considera como o 'novo McGregor'.

"Esse garoto para falar sobre cinturão agora, é um pouco cedo, mas ele tem aquela vibe de Conor McGregor. Quando ele aparece, quando está na arena, a forma como os fãs o recebem, a forma como a mídia o cobre, a forma como as pessoas buscam conteúdo. (...) No meu Instagram, a encarada da luta principal, pesos-pesados, Blaydes e Aspinall, fez 203 mil visualizações. A encarada de Pimblett fez 1,7 milhão. Isso não é louco? Acho que o que faremos a seguir é levá-lo para Boston ou Nova York, em um pay-per-view, depois Las Vegas", disse o mandatário do UFC.