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PC Vasconcellos apoia João, do BBB 21: 'Deu voz a muitas pessoas'

PC Vasconcellos apoia João, do BBB 21, após comentário racista de Rodolffo - Reprodução/SporTV
PC Vasconcellos apoia João, do BBB 21, após comentário racista de Rodolffo Imagem: Reprodução/SporTV

Colaboração para o UOL, em São Paulo

06/04/2021 19h21

O comentarista Paulo César Vasconcellos se solidarizou com João Luiz, participante do Big Brother Brasil 21, após fala racista de Rodolffo no último sábado. O brother afirmou que a peruca da fantasia de homem das cavernas era "quase igual" ao cabelo de João.

João chorou ao relatar o episódio para Camilla, também participante do reality show da Globo. Rodolffo será investigado pela Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância) da Polícia Civil do Rio de Janeiro por conta do comentário.

"Eu não vi o BBB ontem porque estava no 'Bem, Amigos'. Evidentemente, depois que acabou o programa, comecei a acompanhar nas redes sociais, e acho que o João deu voz à várias gerações. O João não deu voz só à nova geração, várias gerações de pretos e pretas se identificaram com o que disse o João, porque a gente cresce o tempo inteiro ouvindo piadinhas e depois 'pô, foi mal'. Você jamais encontrou alguém que diga 'eu sou racista'. Pratica-se racismo, mas não se assume o racismo", iniciou PC no "Tá na Área" de hoje.

"A reação do João, uma reação dolorida, que ele levou inclusive 48h para conseguir verbalizar... Tamanha é a dor, tamanha é a repressão, tamanha é a angústia que anos e anos de ofensas verbais, de olhares incriminadores, embora nenhum crime você tenha cometido, tamanho o acúmulo daquilo, que você trava. Ainda bem que o João ontem conseguiu se soltar e falar. Pelas reações que eu vi, o João deu voz à muitas pessoas que passaram pela mesma situação", completou.

Racismo no Campeonato Espanhol

Em relação ao caso de racismo com o zagueiro francês Diakhaby, do Valencia, em empate em 1 a 1 com o Cádiz pelo Campeonato Espanhol, PC Vasconcellos criticou a postura do futebol diante de episódios como este.

"O que eu lamento é que o futebol ainda não conseguiu chegar e dizer: 'quando acontecer um episódio desse, a partida está suspensa, e o time pelo qual atua o jogador acusado de ter cometido o crime será punido'. Quando isso se tornar frequente, aí as pessoas vão pensar duas vezes antes de tomar algumas atitudes. No futebol, reina ainda a sensação da impunidade", falou.

Com meia hora de jogo, Diakhaby discutiu com o espanhol Juan Cala e se irritou com algo dito pelo adversário. Alegando racismo, o zagueiro e seus companheiros decidiram ir para o vestiário, mas mudaram de ideia pouco depois por temer uma punição. O Valencia voltou a campo sem Diakhaby, que se trocou e foi para a arquibancada. Juan Cala, por outro lado, continuou jogando normalmente.