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Globo sinaliza renovação com comentaristas e reforça manutenção da F-1

Luciano Burti e Felipe Giaffone, ex-pilotos e comentaristas da Fórmula 1 na Globo - Divulgação/Globo
Luciano Burti e Felipe Giaffone, ex-pilotos e comentaristas da Fórmula 1 na Globo Imagem: Divulgação/Globo

Gabriel Vaquer

Do UOL, em Aracaju

26/11/2020 04h00

A Globo comunicou aos comentaristas Luciano Burti e Felipe Giaffone, que trabalham nas transmissões da Fórmula 1, que está esperando a evolução das negociações para a renovação do contrato de direitos de transmissão da principal categoria do automobilismo com a Liberty Media, dona do evento, para renegociar a continuidade dos dois no casting esportivo da emissora. Existe interesse na renovação.

Segundo apurou a reportagem do UOL Esporte, Burti e Giaffone possuem contrato até o fim da atual temporada, que também representa o fim do atual acordo entre Globo e Liberty Media, que durava desde 2015. Inicialmente, a emissora iria dispensar os dois ex-pilotos e faria apenas a cobertura jornalística da Fórmula 1, por que havia desistido de continuar com a F1 por causa dos altos valores pedidos na renovação ano passado pela empresa americana.

Porém, com a mudança de cenário, a Globo deu uma nova posição para ambos. A emissora questionou se havia interesse deles de continuarem para o próximo ano na Fórmula 1, e ambos deram uma resposta positiva. A Globo, então, disse que quer resolver a questão com a Liberty primeiro para discutir o novo vínculo de Burti e Giaffone. As negociações para a continuidade das corridas ao vivo seguem e são consideradas bastante otimistas, até pela vontade dos americanos em fechar contrato.

Luciano Burti está na Globo e nas transmissões da Fórmula 1 desde 2004. Na época, ao notar que as transmissões pouco tinham uma visão do piloto das corridas, procurou diretores de Esporte da emissora e apresentou uma ideia. Após sessões com um fonoaudiólogo e passar em um teste de vídeo, foi contratado. Já Felipe Giaffone tem menos tempo de casa, porém também possui vasta experiência na TV. Ele foi contratado pela Globo no fim de 2018, após uma passagem de dez anos como comentarista da Fórmula Indy na Band.

Desde o início deste mês, Liberty e Globo começaram a conversar para a renovação contratual. Antes, depois de um papo desgastante para ambos os lados, a Globo chegou a anunciar que abriria mão dos direitos da competição pela primeira vez desde 1981, por não concordar com os valores cobrados. Em 2019, a Globo ofereceu cerca de US$ 20 milhões, mas a Liberty queria US$ 22 milhões por ano para a renovação. A Liberty, com isso, deu os direitos para a empresa Rio Motorsports, que negociou com algumas TVs nacionais, como a Cultura.

Porém, por garantias não cumpridas e após reclamações de parceiros comerciais, a Liberty chamou novamente a negociação para si e voltou a conversar com a Globo. Agora, as novas tratativas girem em valores inferiores por causa da pandemia do novo coronavírus, que causou uma crise na economia mundial. A própria Globo confirmou, em comunicado, que o pagamento do possível novo contrato será compatível com o atual momento do mundo. "A Globo retomou as conversas com a FOM/Liberty Media sobre os direitos da Fórmula 1, sempre considerando a nova realidade mundial dos direitos de esportivos", indicou a emissora.

Quem pode atrapalhar os planos da Globo é o SBT. O canal de Silvio Santos se colocou como uma alternativa caso Globo e Liberty não cheguem a um denominador comum. O SBT entende que seria válido reforçar a programação com a principal categoria do automobilismo mundial, ampliando seu revigorado projeto esportivo. Diretores entraram em contato direto com a Liberty. A detentora dos direitos da F1 pediu, então, um plano de cobertura, que está sendo preparado. Porém, na conversa, seus executivos deixaram claro que as conversas com a Globo estão com boas perspectivas.