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Coronavírus "amaldiçoou" as Olimpíadas, diz ministro japonês

Homem com máscara de proteção em frente à logomarca dos Jogos Tóquio 2020 - ISSEI KATO
Homem com máscara de proteção em frente à logomarca dos Jogos Tóquio 2020 Imagem: ISSEI KATO

Do UOL, em São Paulo

19/03/2020 10h05

O ministro adjunto do Japão, Taro Aso, afirmou que as Olimpíadas de Tóquio foram "amaldiçoadas" pelo novo coronavírus.

Aso disse que o evento esportivo entra na pauta dos assuntos globais a cada 40 anos e que não é surpresa que o vírus deva ameaçar cancelar ou adiar os Jogos deste ano.

A Segunda Guerra Mundial forçou o cancelamento dos Jogos de Verão e Inverno de 1940 no Japão, enquanto em 1980, os Estados Unidos lideraram um boicote aos Jogos em protesto contra a invasão da União Soviética no Afeganistão.

"As Olimpíadas de Inverno de Sapporo, que deveriam ter acontecido em 1940, foram eliminadas. Os jogos de Moscou em 1980 foi cancelado pela metade por causa do boicote dos países ocidentais", relembrou Aso.

"São mais 40 anos até hoje. A mídia iria adorar essa expressão se eu disse que é uma Olimpíada amaldiçoada, mas é a realidade", completou.

O futuro das Olimpíadas de Tóquio, previsto para acontecer de 24 de julho a 9 de agosto, ainda é incerto. O COI (Comitê Olímpico Internacional) não deu sinais de que pretende adiar ou cancelar o evento e disse que, no atual momento, "não há solução ideal".

Na terça-feira (17), o COI considerou "não necessário tomar decisões radicais", no mesmo dia em que a Eurocopa e a Copa América foram adiadas de 2020 a 2021.

O órgão também havia dito que "toda especulação neste momento é contraproducente" e incentivou "todos os atletas a continuarem se preparando para os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020 da melhor maneira que puderem".

"O COI nos pede que continuemos colocando em risco nossa saúde, a da nossa família e das pessoas, somente para que treinemos todos os dias?", questionou no Twitter a saltadora com vara grega Ekaterini Stefanidi. "Não há nenhuma consideração com o risco que isso nos impõe", completou a campeã olímpico no Rio-2016.

O recordista mundial de decatlo, o francês Kevin Mayer, favorito ao ouro em Tóquio, declarou ao diário esportivo L'Équipe que gostaria "que os Jogos fossem adiados, ou cancelados",

Em um comunicado enviado à AFP, um porta-voz do COI afirmou que "não há solução ideal" no momento e observou que o Comitê "está determinado a encontrar uma solução que tenha o menor impacto para os atletas, protegendo a integridade do competição e saúde dos atletas".

*Com informações da AFP