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Hugo Calderano perde de virada e está eliminado do tênis de mesa

Hugo Calderano enfrenta Dimitrij Ovtcharov nos Jogos Olímpicos de Tóquio - Luisa Gonzalez/Reuters
Hugo Calderano enfrenta Dimitrij Ovtcharov nos Jogos Olímpicos de Tóquio Imagem: Luisa Gonzalez/Reuters

Felipe Pereira

Em Tóquio

28/07/2021 10h00

O brasileiro Hugo Calderano, do tênis de mesa, foi protagonista de uma campanha histórica ao chegar às quartas de final das Olimpíadas, fato inédito para um brasileiro, e dominou o alemão Dimitrij Ovtcharov no início, mas foi derrotado por 4 sets a 2 depois de perder quatro sets seguidos.

Com muita solidez, o brasileiro mandou no jogo no início, cometeu poucos erros e não deu chances para Ovtcharov, fechando o primeiro set em 11/7 e o segundo em 11/5.

Hugo Calderano foi muito consistente e aproveitou bem os contra-ataques, quebrando muitos saques do alemão e comandando as ações praticamente o tempo todo em todos os sets.

Ovtcharov não se encontrou no jogo, mas fez um terceiro set mais intenso, dando dificuldade para Hugo pela primeira vez na partida e fechando o set com 11/8. Hugo acabou perdendo uma vantagem segura de 8/4 e permitiu que o alemão voltasse para o jogo.

Depois de um começo de jogo excelente, o quarto set começou ruim para o brasileiro, permitindo que Ovtcharov abrisse 6/1, mesmo assim, com uma sequência de pontos seguidos o brasileiro emparelhou a partida e chegou ao 8/6, mas foi derrotado no quarto set por 11/7.

Hugo Calderano voltou mais intenso para o quinto set e abriu boa vantagem fazendo 7/1, induzindo Ovtcharov aos erros e sendo muito assertivo nos ataques e defesas, mas uma sequência de quatro pontos do alemão emparelhou o jogo em 7/5, empatou a partida e fechou o set em 11/8.

O brasileiro entrou no quinto set contra a parede, sem um semblante muito positivo e saiu perdendo por 4/1 e não conseguiu se recuperar. Vale ressaltar que Ovtcharov entrou no 'modo Deus' e não errou praticamente nada, fechando o jogo em 11/2.

Ovtcharov se classificou às semifinais e Hugo Calderano deixa o torneio após a derrota.

Campanha histórica

Hugo Calderano colocou o Brasil, pela primeira vez na história dos Jogos Olímpicos, nas quartas de final do tênis de mesa masculino. Antes de Tóquio, a melhor campanha do país na modalidade havia sido a classificação às oitavas de final. O primeiro a alcançar esta marca foi Hugo Hoyama, em Atlanta-1996. Posteriormente, ele foi igualado por Calderano na Rio-2016 e Tóquio, e Gustavo Tsuboi, também em Tóquio.

Pedra no sapato

Este foi quarto encontro entre Calderano e Ovtcharov, com larga vantagem para o alemão, que venceu todas. O primeiro triunfo foi na primeira rodada do Aberto do Qatar 2014. Depois, se encontraram na fase de grupos da Champions League 2016/17 e na semifinal do Aberto da República Tcheca 2019

7 a 1 rende memes

A vitória parcial de Calderano por 7 a 1, no quinto set, gerou memes nas redes sociais. Em tom de brincadeira, os brasileiros se sentiram vingados pela Copa do Mundo de 2014, quando a Alemanha eliminou a equipe verde e amarela por este resultado.

Calderano chora após o jogo

Após a derrota, Hugo Calderano não escondeu a emoção e chorou. Na zona mista, o brasileiro disse ser "muita dor perder um jogo assim em uma Olimpíada", mas salientou que quer usar esse episódio para chegar mais forte a Paris-2024.

"Difícil descrever. Muita dor perder um jogo assim em uma Olimpíada. Tive bastante oportunidade, então, é difícil assimilar. Depois, vou ter de pensar com a cabeça fria, mas tenho certeza que vou voltar mais forte. Essa experiência só vai me fortalecer e vou continuar lutando", disse, ao SporTV.

Ele lamentou não ter conseguido manter o nível apresentado nos dois primeiros sets, quando abriu vantagem no placar:

"Ele começou a jogar melhor e eu não consegui manter o mesmo nível que joguei nos dois primeiros sets, infelizmente. E em um jogo desse nível, o mais importante é manter essa regularidade até o final e não consegui fazer isso hoje. Me esforcei bastante para voltar, depois que acabei perdendo o terceiro set. Depois, liderando o quinto... Mas não foi desta vez".