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Rival de Amanda entrou no MMA após deixar Exército e lutar contra depressão

Megan Anderson, lutadora do UFC - Brett Carlsen/Getty Images
Megan Anderson, lutadora do UFC Imagem: Brett Carlsen/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

05/03/2021 04h00

Megan Anderson, adversária da brasileira Amanda Nunes no UFC 259 neste sábado (6), não tinha nenhuma relação com a luta quando decidiu entrar para a Academia das Forças Armadas da Austrália em 2008. Depois de desistir dos sonhos de ser arqueóloga e maestra de orquestra, decidiu seguir os passos do pai e trilhar a carreira militar.

A esperança durou pouco mais de dois anos. O tratamento rude recebido nas Forças Armadas a levou a uma profunda depressão. Em janeiro de 2010, Megan Anderson tentou se matar.

"Eu era uma pessoa teimosa e me envolvia em muita confusão. Eles [oficiais] começaram a me marcar e me usar como exemplo do que não fazer. E isso me levou ao ponto de tentar me matar. Eu estava tão danificada mentalmente que não sabia mais o que fazer", explicou, em entrevista à "ESPN" dos Estados Unidos, no ano passado.

Megan Anderson, durante evento do UFC - Mike Roach/Zuffa LLC via Getty Images - Mike Roach/Zuffa LLC via Getty Images
Imagem: Mike Roach/Zuffa LLC via Getty Images

Megan ficou uma semana internada e, em julho daquele ano, conseguiu permissão para deixar a carreira militar. "Era algo que eu realmente gostava e tinha um futuro ali, mas não deu certo".

A australiana ainda se recuperava do episódio quando decidiu entrar em uma academia. Ela tinha desprezado os esportes de combate durante toda a vida, mas se arriscou no MMA após o conselho de amigos, que viam potencial na garota de 1,83 m.

"Por ser tão pouco atlética, eu não criei grandes expectativas, mas eu pensava que era algo divertido. Eu assistia a algumas lutas, acompanhava alguns eventos. Lembro de ir com a mente aberta. Como a luta era algo que eu aprendia com relativa facilidade, foi ficando interessante para mim."

Uma década depois do episódio que quase encerrou sua vida, Megan se prepara para a luta mais importante de seus sete anos de carreira. Amanhã (6), ela enfrentará Amanda Nunes, na luta valendo o cinturão dos penas do UFC.

Com 31 anos, Megan ainda sofre com problemas de ansiedade. Antes de enfrentar Felicia Spencer, em maio de 2019, teve uma crise de pânico que quase a impediu de subir ao octógono. "Não é algo que você se recupera completamente. Você aprende como lidar com os gatilhos, com os sentimentos ou qualquer outra coisa que cada pessoa precisa lidar".

Megan agora fala abertamente sobre os problemas que teve e seu desejo é que outros lutadores levantem a voz. "Tem tanto estigma em relação à saúde mental, principalmente no mundo da luta, em que somos vistos como invencíveis, super-heróis. E acho que quanto mais os lutadores falarem sobre isso, mais teremos uma voz forte para mostrar para as pessoas que está tudo bem não estar tudo bem".

UFC 259
6 de março de 2021, em Las Vegas (EUA)

CARD PRINCIPAL:

Peso-meio-pesado: Jan Blachowicz x Israel Adesanya
Peso-pena: Amanda Nunes x Megan Anderson
Peso-galo: Petr Yan x Aljamain Sterling
Peso-leve: Islam Makhachev x Drew Dober
Peso-meio-pesado: Thiago Marreta x Aleksandar Rakic

CARD PRELIMINAR:

Peso-galo: Dominick Cruz x Casey Kenney
Peso-galo: Song Yadong x Kyler Phillips
Peso-mosca: Joseph Benavidez x Askar Askarov
Peso-palha: Livinha Souza x Amanda Lemos
Peso-mosca: Tim Elliott x Jordan Espinosa
Peso-meio-pesado: Kennedy Nzechukwu x Carlos Ulberg
Peso-meio-médio: Sean Brady x Jake Matthews
Peso-mosca: Rogério Bontorin x Kai Kara-France
Peso-leve: Uros Medic x Aalon Cruz
Peso-galo: Mario Bautista x Trevin Jones