Brasileiro descobre antes da luta que mulher fez cirurgia e chora ao vencer
O lutador Igor Araújo é do tipo que só consegue as coisas na base da dificuldade. E foi assim ao vencer Ildemar Marajó, em sua estreia no UFC, em Barueri, depois de quase ser finalizado no primeiro round.
Mas bater o duro lutador paraense não foi nem de longe o único perrengue, e sim o derradeiro. Igor foi chamado às pressas e teve apenas cinco semanas para se preparar para esta luta. Caiu do céu a chance na maior organização de MMA do mundo.
O chamado foi bem no momento do nascimento de seu filho, enquanto estava parado sem treinar. Teve que correr para a academia, em outra cidade, e começar sua preparação sem nem ficar com a família.
"Meu filho nasceu e fiquei só meia hora com ele pra depois viajar para Albuquerque (EUA) para treinar. Depois, nos treinos, quebrei os pés direito e esquerdo", falou. Resolveu continuar mesmo com as leves fraturas. "Já tinha praticamente perdido o nascimento do meu filho, eu não ia desistir."
No final de semana que antecedeu a luta, teve problema de cancelamento de voos e chegou a chorar por pensar que não chegaria a tempo. Lembrou o desespero no aeroporto.
"Depois, no avião, ficamos três horas e mudaram pra um voo no dia seguinte. Na hora de sair, deu um apagão. Comecei a chorar e liguei pro meu manager dizendo que não teria como chegar mais. Ele falou que se eu não chegasse a tempo, seria demitido. Comecei a chorar no aeroporto", lembrou.
Achou uma solução ao pegar um voo para a Colômbia que durava mais de 17 horas. Acabou por chegar em São Paulo a tempo. Mas, quando tudo parecia calmaria, mais emoção para o lutador.
Um dia antes da luta ficou sabendo que a mulher, Regina, passou por uma cirurgia na garganta em função de um nódulo que tinha risco de virar câncer. A descoberta foi quando estava grávida, mas não poderia fazer nada naquela ocasião. Emocionado, Igor chorou ao contar como foi o encontro pela internet na terça-feira, quando ela revelou que fez a cirurgia.
"Minha esposa estava com suspeita de câncer na garganta. O médico identificou um nódulo de grau 3, e se fosse 4 seria câncer. Deixei ela sozinha com meus filhos e agora quero abraçá-la muito."
"Ela fez uma cirurgia e nem me falou, pra você ter uma ideia. Falou pras pessoas não me falarem para eu ficar tranquilo. Fiquei com o psicológico abalado, mas isso aqui era meu sonho. Não iria deixar ninguém tirar isso de mim."
Apesar de todos os perrengues, não vê nada pelo lado negativo, e sim como algo vitorioso. "Eu não vejo como zica. Deus dá grandes missões para os grandes soldados. Eu sabia que um dia estaria aqui. Deus vai nos deixando fortes."
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