Com prefácio de Bernardinho, livro de Vitor Belfort tem foco motivacional e ignora polêmicas
Com 20 anos de carreira no MMA, Vitor Belfort resolveu escrever um livro. Porém, não será uma biografia em si. A intenção do lutador, quando começou a desenvolver as primeiras ideias, apoiado pela esposa Joana Prado, era inspirar e motivar os leitores, através de alguns casos de sua vida. Para ajudar na tarefa, ele escolheu o técnico Bernardinho, da seleção masculina de vôlei, para escrever o prefácio do livro, intitulado "Lições de garra, fé e sucesso: Vitor Belfort".
CONFIRA A CAPA DO LIVRO DE VITOR
A escolha pelo técnico foi feita exclusivamente pelo peso médio do UFC. Em entrevista ao UOL Esporte, Vitor afirmou que os dois se conhecem há muito tempo e que Bernardinho, inclusive, é muito amigo de seu pai, que jogou vôlei.
"O Bernardinho é um exemplo de motivação para mim. Ele me conhece desde pequeno, e eu o admiro muito, ainda mais nesse sentido de motivação, de liderança. Ele é uma pessoa íntegra, verdadeira e nós nos damos muito bem. Por isso, escolhi ele. Na hora ele aceitou", disse Vitor.
Além do técnico campeão olímpico, outro personagem renomado que tem participação no livro é o narrador Galvão Bueno, que aparece em um dos "endossos" da obra, que será publicada pela editora Thomas Nelson Brasil.
Omar Souza, editor responsável pela publicação, conta que a ideia do livro é, na verdade, falar dos princípios que norteiam o lutador ao longo de sua vida. Por isso, a motivação e a auto-ajuda foram os "temas" escolhidos para tratar.
Para não deixar o MMA de lado, os capítulos são nomeados com termos relacionados ao esporte. Entre eles, "Take Down" (quando um lutador consegue aplicar uma queda ao adversário), "Base invertida", "Cartel" e "Golpe Baixo". Neste último, aliás, é uma das partes onde Vitor fala sobre o desaparecimento da irmã, Priscila, ocorrido em 2004 e considerado por ele o "pior dos golpes" ao longo da vida.
LEIA MAIS SOBRE O UFC NO UOL
- Thiago Silva se machuca e não encara Shogun no UFC 149; Glover vira possível adversário
- Vitor Belfort revela novo UFC no Brasil em outubro e quer enfrentar Wanderlei no evento
- Joana Prado chama Wanderlei de amarelão e defende 'discursos' de Belfort no TUF
- Wanderlei Silva deixa Belfort de lado, elogia novo rival e promete luta empolgante em BH
- Após lesão de Belfort, Wanderlei Silva admite que rival no UFC BH 'pode ter vantagem'
Pelo caráter motivacional do livro, as polêmicas da carreira são praticamente deixadas de lado. Os combates históricos contra Wanderlei Silva e Anderson Silva são citados brevemente, mas sem entrar em detalhes. Contra o "Spider", um de seus maiores rivais e atual campeão dos pesos médios, ele acabou nocauteado em uma luta cercada de provocações às vésperas.
Já Wanderlei é citado quando Vitor fala brevemente de sua vitória sobre o "Cachorro Louco", em 1998. As polêmicas mais recentes, quando os dois foram técnicos do reality show TUF (The Ultimate Fighter) Brasil não são faladas.
De última hora, o ex-campeão dos médios resolveu acrescentar um capítulo no livro. Depois de lesionar a mão esquerda durante um treinamento e ficar fora do UFC 147, dia 23 de junho, em Belo Horizonte, o lutador resolveu contar para os leitores como foram os dois primeiros dias pós-lesão.
"Foram dois dias muito tristes para mim. Dias em que eu fiquei sem chão. Acordei, orei, ouvi a voz de Deus, ouvi a Joana (Prado). Vou narrar um pouco disso, de aceitar as pedras que são colocadas no nosso caminho. Ao invés de sentar ao lado da pedra, eu procurei movê-la. E é isso que vou contar um pouco", declarou.
Confira abaixo um trecho exclusivo do livro, em que Vitor narra sua "aventura" nos Estados Unidos, no começo da carreira.
"Arriscando a sorte nos EUA
Uma das melhores aventuras da minha vida foi mudar de casa e de país em 1995. Eu tinha 17 anos e quase nenhum dinheiro. Mas tinha acabado de voltar de uma viagem ao Havaí e Estados Unidos, e vislumbrei uma oportunidade de tentar a sorte lá. (...) De volta ao Rio de Janeiro, contei tudo ao Carlson Gracie e ele embarcou na minha. Era um cara desprendido, era uma grande qualidade dele (...) Meus pais juntaram dinheiro e investiram em minhas passagens aéreas. As passagens do Carlson, assim como o aluguel da academia, foram custeados por Frederico Lapenda. Mas nosso acordo terminava ali. A partir da abertura da Carlson Gracie Academy, era nosso dever arranjar alunos e trabalhar para mantê-la. Pensa que foi fácil? Não foi. Carlson não falava uma palavra em inglês, por isso eu tinha de estar à frente de tudo. Tampouco tínhamos dinheiro para alugar outro espaço para morar. Passamos a viver na academia. Dormíamos em cima dos tatames. Em certa época, a coisa ficou tão feia que não havia dinheiro nem para comida."
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.