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Empresário de Borja vê declaração "desrespeitosa" de Mano e responde

Miguel Borja, atacante do Palmeiras - Cesar Greco/SE Palmeiras
Miguel Borja, atacante do Palmeiras Imagem: Cesar Greco/SE Palmeiras

06/11/2019 01h23

Juan Pablo Pachon, empresário de Borja, não gostou das declarações de Mano Menezes sobre o atacante no programa "Bola da Vez", da ESPN Brasil. O técnico do Palmeiras lembrou que o atacante não tinha trajetória longa em times de ponta até chegar ao Atlético Nacional (COL) e respondeu que ele talvez não seja a estrela que se imaginava ao brilhar em 2016. O agente entendeu que houve um desrespeito com o camisa 9 (veja a nota completa abaixo).

Em três temporadas pelo Verdão, Borja tem 109 partidas e 35 gols. Durante a passagem de Mano Menezes, entrou no decorrer das três primeiras partidas (Goiás, Fluminense e Cruzeiro), e depois disso fez apenas mais dois jogos - contra o Internacional e Atlético-MG, este como titular. Sem um grande desempenho, tornou-se a última opção no ataque, mesmo com a lesão de Luiz Adriano, e em alguns momentos nem foi relacionado.

Com passagens por Cúcuta Desportivo (COL), Cortuluá (COL), La Equidad (COL), Olimpo (ARG), Livorno (ITA) e Santa Fe (COL) antes do Atlético Nacional, Borja foi comprado pelo Palmeiras por quase R$ 44 milhões, já contando os R$ 11 milhões pagos a mais por não negociá-lo até agosto.

Borja tem 26 anos e contrato até o fim de 2021 com o Palmeiras, mas as poucas chances na temporada (apenas 22 jogos e cinco gols) fazem com que aumente a possibilidade de uma saída em 2020.

Veja a declaração de Mano Menezes que irritou o agente de Borja:

"O Borja, ao contrário do que todo mundo pensa ou do que pode parecer, não tinha uma trajetória tão grande antes de chegar no Palmeiras em um clube de ponta da América Latina. Foi contratado pelo Atlético Nacional, que fazia uma temporada espetacular com o (Reinaldo) Rueda, chega para a semifinal da Libertadores e é decisivo na semifinal e na final, fez quase todos os gols do Atlético Nacional. E você passa a enxergar este jogador como uma estrela da América Latina e talvez não seja tão estrela, em primeiro lugar. Ou talvez ainda não seja tão estrela, como quando todo mundo quando quer contratar vira. O Borja virou objeto de desejo de quase todos os clubes brasileiros que estavam procurando um atacante. E aí você supervaloriza às vezes, e o jogador chega e tem dificuldades.

Vou criar um comparativo com um jogador que está jogando em altíssimo nível para mostrar que é possível (se recuperar). Quando Arrascaeta foi contratado para o Cruzeiro, ele foi contratado do Defensor do Uruguai. Ele e o Gedoz tinham feito uma Libertadores muito boa e fizeram contra o Cruzeiro dois jogos extraordinários. Quando chegou no aeroporto, tinham 300 pessoas esperando ele, recebeu a camisa 10 do Cruzeiro. E se criou uma expectativa muito grande para ele logo virar o substituto do Éverton Ribeiro ou do Goulart. Arrascaeta levou dois anos para virar um jogador decisivo. E quando eu cheguei na primeira passagem (em 2015), a avaliação era de que ele dificilmente viria a ser este jogador, porque não conseguia compor, porque demorava muito, por isso ou aquilo. Fomos estudar o jogador em si, de preparação física muito diferente da nossa, os clubes totalmente diferentes. Nos dois anos ele ganhou o condicionamento ideal para a função de meio-campista, a confiança, um lugar no time titular para jogar e ser importante.

O que quero dizer é que estas coisas podem acontecer. O que eu penso do futebol de hoje cria dificuldades para alguns jogadores. Hoje, o jogador precisa ter entendimento do jogo de futebol, não basta só pegar a bola e fazer uma grande jogada. E aí alguns jogadores, mesmo com dificuldades, se tem esta condição, conseguem crescer e depois superá-las; alguns não conseguem. Temos de avaliar neste momento".

Veja a nota oficial de Juan Pablo Pachon:

"Como representante de Miguel Angel Borja, que atualmente joga no Palmeiras, e devido a declarações no programa "Bola da Vez", da ESPN Brasil, por parte do professor Mano Menezes sobre meu representado, eu me vejo obrigado a produzir um comunicado, pois as considero desrespeitosas e fora de lugar.

Em seus oito anos como profissional, Borja conseguiu títulos e premiações de nível nacional e internacional, como o Sul-Americano sub-20 de 2013, a Copa Sul-Americana de 2015, a Copa Libertadores de 2016 e em outras várias ocasiões foi goleador de campeonatos e copas.

Ao se referir à ida de Miguel para o Atlético Nacional, quero contar que não só foi campeão da Libertadores, mas também o artilheiro da Copa Sul-Americana de 2016, e assim foram 39 gols naquele ano, sendo cinco deles entre as semis e finais da Libertadores, um recorde que só tinha sido obtido pelo Rei Pelé.

Em 2017, chegou ao Palmeiras com o objetivo primordial de conseguir a tão desejada Copa Libertadores. Foi um ano de adaptação, seguramente não só para Borja, mas para todo o Palmeiras, pois a equipe teve três técnicos em seis meses, sendo eliminado nas oitavas de final e tendo Miguel como reserva.

Em 2018, quando teve um técnico (Roger Machado) que jogava um futebol para o ataque, que proponha o jogo e tinha como referência um atacante definidor e de área como é Miguel Borja, ele tornou-se o único jogador do elenco do Palmeiras a ser convocado à Copa do Mundo da Rússia, além de ser goleador do Paulista, tornando-se o primeiro artilheiro estrangeiro da história do torneio. Mais importante ainda, foi o goleador da Copa Libertadores com nove gols em 12 partidas e 805 minutos jogados.

Na Libertadores de 2019, o artilheiro Gabriel Barbosa, que é o grande jogador que se conhece, fez sete gols em 12 partidas e 921 minutos jogados. Apesar dos excelentes números e estatísticas, Miguel foi substituído na primeira semifinal (contra o Boca Juniors) e a equipe sofreu dois gols em 15 minutos. Na segunda semifinal, o Palmeiras foi eliminado com o artilheiro da Libertadores iniciando no banco.

O ano de 2019 seguramente tem sido um dos mais difíceis na carreira de Miguel, pois seu rendimento baixo em fevereiro custou a titularidade. Mas cabe lembrar também que depois de meses sem ser usado, Miguel voltou a ser titular nas duas partidas (contra o Godoy Cruz) e não só fez gols em cada um deles, como foi eleito também o jogador da partida. Desafortunadamente, na fase seguinte e diante dos olhos de todo continente, inexplicavelmente não foi usado novamente, e o Palmeiras foi eliminado com Miguel Borja no banco.

Espero que isto ajude ao professor Mano Menezes a conhecer mais a fundo o seu jogador e a ser mais preciso quando fizer declarações públicas.

Eu lhe desejo muito êxito, pois entendo que o professor, apesar de seus 22 anos de carreira como técnico profissional, ainda não tem nenhum título internacional, tampouco um Campeonato Brasileiro. Tomara que nesta passagem pelo Palmeiras tenha algum êxito nestes dois e leve o Palmeiras a seu tão sonhado título internacional".

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