Técnico na base explica o que faz Palmeiras ter mais destaque do que rivais

Gustavo Almeida é o técnico do Palmeiras sub-17 que tem uma trajetória histórica no Brasileirão da categoria: o time é finalista da competição após uma campanha invicta (11 vitórias e 2 empate), com o melhor ataque (32 gols marcados) e melhor defesa (apenas 8 gols sofridos). O Alviverde venceu as duas últimas edições da competição.

Em entrevista ao UOL, o treinador de 40 anos, que também já comandou Corinthians e Vasco na mesma categoria, explicou o que faz o Palmeiras ter um destaque maior nas categorias de base do que outros rivais nos últimos anos quando o assunto são títulos e atletas revelados.

Estou no cenário de base há 18 anos. Trabalhando em clube empresa e em outros clubes considerados grandes do cenário nacional na base como Corinthians e Vasco antes de chegar aqui no Palmeiras. O que mais me impressiona é a quantidade de atletas de qualidade que existem no clube. Eu acho que esse foi um ponto principal trazido pelo João Paulo Sampaio [coordenador da base palmeirense]: a questão da captação de atletas. Investir em pessoas que entendam bastante desse processo, então os captadores tem grande responsabilidade nesse processo.
Gustavo Almeida

"A outra parte é o desenvolvimento que esse atleta tem dentro do clube. A capacidade dos treinadores e da comissão técnica de trabalhar e desenvolver esses jogadores, aliada à qualidade dos jogadores que chegam é o que me chamou muito a atenção depois de trabalhar também em outros grandes clubes", acrescentou.

Gustavo chegou ao Palmeiras em julho do ano passado após mudanças na base palmeirense. No ano passado, Paulo Victor, ex-técnico do sub-20, se transferiu para o América-MEX para trabalhar como auxiliar de André Jardine, Lucas Andrade assumiu o time sub-20 do Palmeiras e convidou Gustavo para ser auxiliar. Após a Copinha deste ano, Rafael Paiva, que trabalhava no sub-17, foi para o Vasco (onde hoje é o técnico do time principal) e o Alviverde ofereceu a vaga para Almeida.

O treinador é uma das referências da categoria no país. Essa é a quinta vez que ele disputa o Brasileirão sub-17: em 2019, 2020 e 2021, pelo Corinthians, foi, respectivamente, vice-campeão, caiu nas quartas de final e na primeira fase. Em 2022, pelo Vasco, chegou até as quartas de final.

Time comandado por Gustavo Almeida tem promessas que geram expectativa no Palmeiras. O meia Erick Belé e os atacante Antônio Marcos e Murilo Dourado já assinaram seus primeiros contratos profissionais com o Alviverde e até jogaram no time sub-20 — três anos acima da idade deles.

Murilo Dourado comemora gol marcado contra o Botafogo na semifinal do Brasileirão sub-17
Murilo Dourado comemora gol marcado contra o Botafogo na semifinal do Brasileirão sub-17 Imagem: Fabio Menotti/Palmeiras

A final do Brasileirão sub-17 será disputada em jogo único por Palmeiras e Fluminense, nesta sexta-feira (1), às 18h30 (de Brasília), no Allianz Parque.

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Veja outros trechos da entrevista com Gustavo Almeida

Campanha no Brasileirão sub-17: "A questão da invencibilidade não garante nada para gente nessa última partida. O Fluminense já conquistou a Copa do Brasil esse ano e vem com uma geração de muitos títulos no cenário estadual e nacional. Esse é o nosso próximo desafio e é nisso que vamos focar".

Relação com João Paulo Sampaio: "Ele tem a missão de dar a visão para os treinadores e conduzir esse processo. A relação é muito próxima e também de muita exigência, é um cara que tem uma exigência enorme aos detalhes, a tudo que é feito, consegue ter um controle sobre o processo muito grande e talvez por isso o Palmeiras tem entrado num ciclo tão vitorioso de revelar tantos jogadores ao longo desses últimos anos".

Concorrência na base do Palmeiras: "Eu acho que essa competição interna faz parte do processo. Eu sempre falo para eles que eles têm três grandes competições: a competição com o mercado, a competição interna com os companheiros e a competição dele com ele mesmo, que é a mais importante. O atleta tem que conseguir tentar ser melhor a cada dia, se manter nesse processo de evolução e crescimento. Quanto maior o nível de jogadores e de atletas, maior vai ser esse tipo de competição que vai forçar você a se desafiar e crescer. Aqueles que entendem rápido esse processo que tem que ser de evolução e crescimento acabam tendo mais sucesso para se desenvolver e chegar no objetivo que ele quer".

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