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Cruzeiro tenta chegar a 100 mil sócios sem envolver Ronaldo em ações

Ronaldo foi ao Mineirão para acompanhar Cruzeiro x Criciúma, pela Série B - Alessandra Torres/AGIF
Ronaldo foi ao Mineirão para acompanhar Cruzeiro x Criciúma, pela Série B Imagem: Alessandra Torres/AGIF

Lohanna Lima

Do UOL, em Belo Horizonte (MG)

30/09/2022 04h00

O sucesso do programa de sócios do Cruzeiro é um dos pontos mais fortes de Ronaldo Nazário à frente do futebol do clube em seu primeiro ano de gestão. Quando o dirigente assumiu o controle dos 90% das ações da SAF, em dezembro de 2021, o programa tinha pouco mais de 8 mil associados ativos. Pouco menos de um ano após a aquisição, o Sócio 5 Estrelas está perto de bater 70 mil. Duas são as principais causas de tamanho crescimento: a própria chegada de Ronaldo e o desempenho do time em campo, que conseguiu o acesso à Série A com sete rodadas de antecedência.

Apesar de reconhecer que o alto número de adesões ocorreu em boa parte pela representatividade do Fenômeno, o Cruzeiro busca caminhar com as próprias pernas em busca da manutenção e captação de novos sócios. No último fim de semana, em uma de suas lives, Ronaldo fez um novo desafio à torcida: iniciar 2023 com a marca de 100 mil sócios.

Para isso, o clube planeja melhorar o atendimento do programa e promover cada vez mais experiências entre o torcedor e o Cruzeiro, mas sem apostar em ações que envolvam diretamente a presença de Ronaldo devido à quantidade de compromissos que ele possui não só no Brasil, mas em outras partes do mundo.

Em contato com o UOL Esporte, o diretor de negócios do Cruzeiro, Lenin Franco, detalhou os próximos passos do Cruzeiro em busca de melhorias para o programa e explicou um pouco da dificuldade de pensar em ações que envolvam a presença de Ronaldo junto com o torcedor celeste.

"O plano de sócios tem dois focos importantes: aumentar a quantidade de experiências e melhorar o atendimento. As experiências são as que o dinheiro não compra, são coisas intangíveis. No entanto, a gente não coloca ações com Ronaldo no planejamento porque precisamos lembrar que ele, apesar de ser investidor do Cruzeiro e ter a relação afetiva que tem, possui outras empresas, outros negócios, que são fruto da imagem dele no mundo todo. Não temos uma agenda fechada para isso por causa das demandas dele em diversos países. Vamos tratar as coisas com o Ronaldo muito como elemento surpresa, à medida que der para fazer", disse.

Programa é responsável por 30% do orçamento atual

Apesar de se mostrar um clube bem mais organizado, o Cruzeiro segue vivendo um momento delicado financeiramente. Por isso, o sócio-torcedor é tratado como carro-chefe das receitas do clube atualmente, já que teve papel importante para a entrada de dinheiro além do aporte inicial de R$ 50 milhões que Ronaldo tem que investir no primeiro ano.

"Podemos dizer que no orçamento 2022 o programa de sócio representa 30% da receita. Então é uma unidade de negócio que está entre as três mais importantes sem sombra de dúvidas. A gente tem para o ano que vem outras receitas tão importantes quanto, que são as receitas de TV que a gente recupera, possível venda de jogadores porque jogando na série A, a venda tem um valor mais adequado. Mas o programa de sócio continua sendo nosso carro-chefe porque é uma receita que depende exclusivamente de nós", explicou.

Como bater a meta de Ronaldo?

Apesar de o "patrão" ter chamado a torcida para chegar ao número de 100 mil sócios, Lenin Franco chamou a atenção para um outro fator importante para o clube: o aumento do ticket médio. De acordo com o diretor, clubes que possuem maior número de sócios muitas vezes têm arrecadação inferior devido à quantidade de pessoas que se associam na categoria mais barata e reduzem o valor médio mensal.

"Mais importante até do que o número absoluto de sócios, é o ticket médio. Existem clubes com mais sócios que o Cruzeiro, mas com ticket médio bem inferior. Quando você vai ver a receita final, o Cruzeiro com menos sócios poderá ter uma receita maior. O ticket médio do Cruzeiro hoje é de R$ 52. Então, esse ticket varia porque à medida que começa entrar muito sócio na categoria mais baixa, meu sócio vai caindo. Se os torcedores começam a entrar na mais alta, vai subindo. Isso varia mês a mês. Em maio, nosso ticket era de R$ 40. Há uma oscilação e no nosso caso tem sido para cima", finalizou.