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Miranda reage e aproveita chances antes de discutir renovação com São Paulo

Miranda, zagueiro do São Paulo, durante a partida contra o América-MG - Miguel SCHINCARIOL/São Paulo FC
Miranda, zagueiro do São Paulo, durante a partida contra o América-MG Imagem: Miguel SCHINCARIOL/São Paulo FC

Brunno Carvalho

Do UOL, em São Paulo

14/06/2022 04h00

As três partidas que o São Paulo teria sem poder contar com Arboleda tinham clima de últimas chances para Miranda. Pouco aproveitado na temporada, o zagueiro parecia ser carta quase fora do baralho, e a proximidade do fim do seu contrato indicava que a segunda passagem pelo Morumbi estava para acabar.

As atuações contra Avaí, Coritiba e América-MG, contudo, deram um novo gás. Diante da equipe mineira, no Morumbi, Miranda recebeu o prêmio de melhor em campo, em jogo que o São Paulo jogou pior e precisou muito do trabalho da sua defesa para sair com os três pontos.

Os jogos contra Avaí e Coritiba trouxeram um elemento confortável para veterano defensor de 37 anos. Ceni optou por escalar a equipe em um sistema com três zagueiros, a mesma maneira que o Tricolor atuava nos tempos de Hernán Crespo, no ano passado, quando Miranda se destacou e chegou a ser convocado pela seleção.

Diante do América-MG, contudo, o time começou com três zagueiros, mas mudou aos 25 minutos da etapa inicial, quando Luan saiu machucado. Com o São Paulo sendo muito pressionado pelo rival, Ceni montou uma linha de quatro defensores, com Igor Vinícius, Miranda, Léo e Reinaldo.

"O Miranda é um ótimo jogador. No comportamento no dia a dia, ele faz o melhor que ele pode. Sempre quando é requisitado, principalmente nessa formação com três zagueiros, nessa posição central, eu acho que ele vai super bem. É um jogador para essa função. Hoje [domingo], durante 60 minutos, ele exerceu uma função na linha de quatro e foi bem também na linha de quatro. Talvez não consiga jogar todos os jogos como jogava, mas também é um jogador importante. Eu sei que todo mundo quer jogar, quer estar dentro de campo", disse Rogério Ceni, depois da partida contra o América-MG.

Antes da convocação de Arboleda para a seleção do Equador, Miranda vinha recebendo poucas chances, seja no esquema com três zagueiros ou em uma linha com quatro defensores. Na atual temporada, ele havia sido titular apenas duas vezes contra equipes da Série A do Nacional: Red Bull Bragantino e Santos, ambos pelo Paulistão.

O jogo contra o Bragantino, inclusive, foi o início da perda de espaço do veterano. Miranda cometeu diversas falhas ao longo da partida, deixando o sistema defensivo do São Paulo fragilizado. Depois disso, passou a ser utilizado quase sempre em jogos em que Ceni optava por uma equipe alternativa.

"Eu tive um jogo só infeliz, aquele contra o Red Bull, e paguei preço muito alto. Procuro trabalhar em silêncio, no dia a dia ganhar minha posição. Felizmente, estou conseguindo demonstrar dentro de campo minhas qualidades, fiquei muito tempo fora, jogando de vez em quando, para um defensor é difícil. Respeito todos os que estão jogando, mas sempre procurando meu espaço", disse Miranda, depois do jogo contra o América-MG. O zagueiro admitiu se sentir incomodado devido aos poucos minutos em campo neste ano.

A escassez de chances fez com que o zagueiro pedisse para atuar em um jogo em que Rogério Ceni havia decidido dar minutos aos mais jovens. Diante do Ayacucho, pela sexta rodada da fase de grupos da Copa Sul-Americana, no Morumbi, o São Paulo entrou com dez jogadores vindos das suas categorias de base. A única exceção era Miranda.

Renovação é assunto para o futuro

Miranda tem contrato com o São Paulo até o fim do ano, mas os dois lados adotam cautela para tratar da renovação. O time do Morumbi ainda não sentou para conversar com os jogadores mais experientes, como o próprio zagueiro, o atacante Eder (35) e o lateral Rafinha (36). Como o risco de um pré-contrato com outra equipe nesses casos é remoto, a tendência é que as partes discutam o assunto mais próximo do fim da temporada.

Pessoas do entorno de Miranda ouvidas pela reportagem afirmam que o zagueiro também não tem pressa para falar de renovação. Apesar de querer recuperar o espaço perdido com Rogério Ceni, o veterano deseja que a temporada avance para começar a analisar o que fará a partir de 1º de janeiro de 2023.

"Eu tenho contrato até dezembro igual a ele [Miranda]. Não sei o que vai acontecer. É uma questão que o clube tem que ver. A minha projeção é até dezembro. É a mesma data do contrato dele, do Reinaldo, do Eder, de tantos outros jogadores. Para a programação do próximo ano, o clube vai ter que decidir. Acho que ele tem capacidade, inteligência para jogar o jogo, mesmo não sendo mais um garoto, mas é extremamente útil para gente", disse Ceni.

O São Paulo volta hoje (14) aos treinos de olho na partida de quinta-feira (16), contra o Botafogo, fora de casa, pelo Brasileirão. Com Diego Costa sendo dúvida por causa de edema no adutor direito, Miranda tem chances de fazer sua quarta partida consecutiva, a maior sequência na atual temporada.

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