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'Invasão' de magnatas americanos à Premier League aumenta; veja quem são

Todd Boehly (centro), novo dono do Chelsea, durante jogo contra o Wolves - Catherine Ivill/Getty Images
Todd Boehly (centro), novo dono do Chelsea, durante jogo contra o Wolves Imagem: Catherine Ivill/Getty Images

Colaboração para o UOL, em São Paulo

09/05/2022 04h00

O Chelsea anunciou, na sexta-feira (6), a venda do clube para um consórcio liderado pelo empresário norte-americano Todd Boehly, com auxílio do grupo Clearlake Capital. O novo proprietário assume os Blues após a saída de Roman Abramovich, em função da guerra na Ucrânia e a ligação do magnata russo com Vladimir Putin.

O investimento foi de 4,25 bilhões de libras (mais de R$ 26,5 bilhões), divididos em 2,5 bilhões de libras na compra das ações do clube londrino e 1,75 bilhão de libras aplicado em estrutura — no futebol feminino, as categorias de base, o estádio Stamford Bridge e a Fundação Chelsea.

Com isso, Boehly, que roubou a cena nas arquibancadas em seu primeiro jogo dos "Blues" pós-compra, se junta a uma lista de sete empresários norte-americanos que investiram parte de suas fortunas e tornaram-se proprietários ou sócios de clubes da Premier League. Confira:

Todd Boehly - Chelsea (2022)

Administrar o Chelsea não será a primeira experiência financeira de Todd Boehly no ramo esportivo. Fundador e CEO da Eldridge Industries, uma holding com investimentos em diversos setores, o empresário e filantropo é um dos proprietários do Los Angeles Lakers, da NBA, e do Los Angeles Dodgers, da MLB.

Boehly também aplica seu capital no universo dos games, como o Fortnite Battle Royale, sucesso mundial desde 2018.

Sua empresa, a Eldridge Industries, é avaliada em US$ 6 bilhões (cerca de R$ 30,4 bi).

John Textor - Crystal Palace (2021)

John Textor posa com a camisa do Botafogo em visita ao Estádio Nilton Santos - Vitor Silva/Botafogo - Vitor Silva/Botafogo
John Textor posa com a camisa do Botafogo em visita ao Estádio Nilton Santos
Imagem: Vitor Silva/Botafogo

Rapidamente abraçado pela torcida do Botafogo, John Textor se tornou conhecido no Brasil após o investimento no Glorioso, mas seu principal investimento nas quatro linhas ainda é o Crystal Palace, clube em que investiu 87,5 milhões de libras por 18% das ações, segundo a imprensa inglesa, em agosto do ano passado.

Nascido em Kirksville, Missouri (EUA), Textor formou sua fortuna nos setores de mídia e tecnologia. Antes executivo da Digital Domain, companhia de efeitos especiais que participou de sucessos, como Harry Potter e Piratas do Caribe, hoje ele é sócio da fuboTV, empresa de streaming focada em esportes e entretenimento.

Mas os seus primeiros passos no esporte não foram no futebol. Foi sobre o shape e as quatro rodas, ainda na origem da modalidade, na década de 70, que o pequeno John integrou a The Sims Skateboarders, lendária equipe da Flórida na época.

Em julho de 1978, aos 12 anos, o garoto faturou o título da categoria freestyle do The Pepsi Skateboard Team Challenge.

Família Glazer - Manchester United (2005)

Torcedores do Manchester United durante protesto contra donos do clube por tentativa de criação da Superliga Europeia - Oli Scarff/AFP - Oli Scarff/AFP
Torcedores do Manchester United durante protesto contra donos do clube por tentativa de criação da Superliga Europeia
Imagem: Oli Scarff/AFP

Se hoje no Campeonato Inglês os empresários norte-americanos veem uma fonte segura para aplicar dinheiro, muito se deve à família Glazer. Malcolm Glazer, que começou no ramo da venda de relógios e enriqueceu a partir de investimentos imobiliários, passou a adquirir ações do Manchester United em 2003, aos poucos, se tornou o sócio majoritário do clube dois anos depois, além de possuir aplicações em setores como alimentação, gás natural e bancos.

Após sua morte, em 2014, os filhos Avram e Joel se tornaram os proprietários dos Red Devils. A família também comanda o Tampa Bay Buccaneers, tradicional equipe da NFL, onde atua o quarterback Tom Brady.

Recentemente, os Glazers foram alvo de críticas dos torcedores do United em mais de uma oportunidade. No ano passado, devido à tentativa de criação da Superliga da Europa. Já no mês passado, os protestos se voltaram ao desempenho aquém das expectativas do clube nos últimos anos.

John Henry - Liverpool (2010)

Desde 2010 no Liverpool, John Henry pode dizer que levou sorte aos Reds. O clube não conquistava o Campeonato Inglês desde 1990, e depois da chegada do empresário voltar a faturar o título nacional, em 2020, um ano depois da sexta Champions League. Ainda em maio, o time de Jürgen Klopp pode erguer a sua sétima taça do Liga dos Campeões.

Fundador da empresa de investimentos John W. Henry & Company, o magnata dos Reds também é dono do jornal The Boston Globe, e, desde 2002, do Boston Red Sox, equipe da MLB que conquistou o título da competição em 2004, após 86 anos de fila. Henry também é um dos sócios da RFK Racing, da Nascar. O astro da NBA LeBron James é um dos acionistas minoritários na compra do Liverpool também.

Stan Kroenke - Arsenal (2011)

Outro empresário que pode se dizer um dos magnatas pioneiros na Premier League é Stan Kroenke. Dono da Kroenke Sports & Entertainment, o bilionário começou a comprar ações do Arsenal em 2007, chegando a 62,89% quatro anos depois, segundo a imprensa inglesa.

Além dos Gunners, Kroenke é sócio de equipes em diversos esportes: Denver Nuggets (NBA), Los Angeles Rams (NFL), Colorado Rapids (MLS), Colorado Avalanche (NHL), Colorado Mammoth (NLL), Los Angeles Gladiators (Overwatch League) e Los Angeles Guerrillas (Call of Duty League) — os dois últimos, times de esports. Sua fortuna, segundo a Forbes, é avaliada em US$ 10 bilhões (R$ 50,8 bi).

Wes Edens - Aston Villa (2018)

Fundador da New Fortress Energy e co-fundador do Fortress Investment Group, o empresário Wes Edens atua no setor de investimentos em capital privado, e se tornou sócio majoritário do Aston Villa em 2018, junto do egípcio Nassef Sawiris.

Edens também é um dos sócios do Milwaukee Bucks, da NBA, e proprietário da FlyQuest, equipe de esports.

Alan Pace - Burnley (2020)

Sócio da ALK Capital, empresa de investimentos em esportes e entretenimento, Alan Pace é dono do Burnley desde dezembro de 2020.

Além do clube, Pace também é responsável por dois aplicativos relacionados ao mundo da bola: o AiSCOUT, voltado à procura por talentos entre jogadores amadores, e o Player LENS, uma plataforma para a comunicação entre clubes, jogadores e intermediários nas janelas de transferências do futebol.

Segundo seu perfil no LinkedIn, o empresário de nacionalidades britânica e americana possui experiência de mais de 20 anos com investimentos em Wall Street, e iniciou sua carreira no Lehman Brothers, onde posteriormente se tornou diretor.