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Pedro? Cavani? Castellanos? O que se sabe sobre a busca do Palmeiras pelo 9

Diego Iwata Lima

Do UOL, em São Paulo

09/01/2022 04h00

O Palmeiras quer um centroavante de peso para o seu elenco. O desejo é algo declarado pela diretoria e ainda mais pela torcida. Nomes como os de Yuri Alberto (Internacional), Pedro (Flamengo), Edinson Cavani (Manchester United), Taty Castellanos (New York City), Wesley Moraes (Internacional), Kaio Jorge (Juventus) e Diego Costa (sem clube), entre tantos outros, apareceram e aparecem todo dia no noticiário de algum modo atrelados ao clube alviverde.

O clube, porém, tem um perfil específico para o jogador que deseja contratar. Por mais talentosos que alguns dos nomes citados sejam, os primeiros cortados da lista são os muito ou muitíssimo caros. Os com idade mais avançada para os parâmetros do futebol, também.

O Palmeiras quer alguém que não custe muito, que dê retorno esportivo imediato e econômico futuro. Em outras palavras: o escolhido tem que chegar e jogar muito bem a tempo de render conquistas para ser negociado futuramente.

O jovem Rafael Navarro, 21, recém-chegado do Botafogo à Academia de Futebol, é uma aposta do clube. Mas não é o homem que a torcida sonha para ter como seu homem-gol. Nem supre o que a comissão técnica e a diretoria sabem que o Palmeiras precisa. Mas, por enquanto, é quem já chegou.

Única proposta oficial foi para Taty Castellanos

Até a sexta-feira (7), a única proposta oficial do Palmeiras foi pelo argentino Taty Castellanos, 23, do New York City (EUA). O clube pertence ao mesmo grupo que comanda o Manchester City (ENG). O Palmeiras colocou 8,5 milhões de euros na mesa do City para trazer o jogador que cai como uma luva no modelo imaginado pelo Palmeiras.

O City estima que o argentino vale 20 milhões de euros, mais do que o dobro. Por esse montante, não vem recebendo ofertas, o que poderia jogar a favor do Alviverde. Por outro lado, é possível afirmar que dinheiro não é exatamente um problema para a monarquia dos Emirados Árabes Unidos, dona do grupo e do time norte-americano. E, assim, manter o jogador não traz qualquer prejuízo. O City não precisa vendê-lo.

Em entrevista à ESPN da Argentina, Taty, que também nunca jogou em seu país, disse que tem a cabeça voltada para a Europa. De modo que um desejo pessoal seu não entraria necessariamente nessa equação. Mas a proposta está com o City. E o Palmeiras aguarda.

Diretoria e torcida trabalham com timings diferentes

c - Twitter da Copa América - Twitter da Copa América
Cavani comemora o seu gol na vitória do Uruguai por 2 a 0 sobre a Bolívia na Arena Pantanal
Imagem: Twitter da Copa América

"Cadê o camisa 9?". Deve ter palmeirense acordando no meio da madrugada, em surto de apneia, gritando essa frase. Nas redes sociais, em postagens ou em lives do YouTube, qualquer comunicação institucional do clube recebe centenas de cobranças pela contratação.

Além do desejo de ver o time mais forte, está na balanço o fator "zueira". No mundo das redes sociais, é doloroso ao palmeirense imaginar que terá de rebater, por exemplo, um torcedor do Corinthians, se o clube trouxer alguém como Cavani ou Diego Costa. O receio de ficar para trás é combustível de muitos desabafos postados.

A pressa também tem o Mundial de Clubes como motivo. Muitos palmeirenses veem o torneio, que começa para o Palestra em 8 de fevereiro, como razão para o clube trazer logo um jogador que possa aumentar a chance de o time conquistar o tão sonhado troféu. Mas o prazo da diretoria é outro.

A avaliação do clube é de que os dois jogos que podem dar ao Alviverde seu primeiro título mundial desde a Copa Rio de 1951 —a final é no dia 12— não podem representar uma data-limite. Até por entender que o time bicampeão da Libertadores é forte o suficiente para disputar a competição com uma chance de conquista. E que essa chance não cresceria sobremaneira com um novo centroavante.

Medalhões não estão na mira

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Marcos Rocha, do Palmeiras, e Diego Costa, do Atlético-MG, em jogo pelo Brasileirão
Imagem: Ettore Chiereguini/AGIF

O uruguaio Cavani apareceu na pauta de diversos clubes, inclusive na do Palmeiras. Mas ele é exatamente o oposto do que o clube deseja na parte extracampo. Futebol, tem de sobra. Mas já tem também 34 anos, de modo que um retorno financeiro seria pouco provável.

Com tanto tempo da Europa, o uruguaio exigiria também um salário muito acima do que o Palmeiras desejaria pagar, já que recebe cerca de R$ 10 milhões mensais no Manchester United (ING). A folha de pagamento total do Palmeiras é de cerca de R$ 16 milhões atualmente.

O caso de Diego Costa, 33, é semelhante. O atacante que deixou o Atlético-MG na sexta-feira é palmeirense declarado e quer permanecer no Brasil. Mas é mais um exemplo de jogador com o qual o Palmeiras não faria dinheiro em uma negociação futura. Quanto ao retorno esportivo, também não foi o que o Galo imaginava. Tanto que saiu sem muitas dificuldades.

Fator rivalidade também pesa

p - Marcello Zambrana/AGIF - Marcello Zambrana/AGIF
Pedro e Danilo disputam lance em Palmeiras x Flamengo pelo Brasileirão
Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

Um nome que também preencheria os requisitos é o de Pedro, reserva de Gabigol no Flamengo. O valor seria alto, mas a certeza de bom futebol e negociação futura valeria o investimento, avalia o Palmeiras. Mas o Flamengo certamente não facilitaria sua venda, mesmo se o quisesse fora do Ninho do Urubu.

Yuri Alberto, do Internacional, é outro nome bem avaliado. Mas chegaria por um valor alto, e o clube colorado também não facilitaria sua chegada ao Alviverde. Mesmo com a chegada por empréstimo de Wesley Moraes, que foi analisado pelo Palmeiras, mas descartado por questões financeiras. Caso semelhante ao de Kaio Jorge, da Juventus (ITA).

E assim, além de Navarro, quem vai ficando com a responsabilidade primária de balançar as redes para o Verdão é Rony, improvisado na função. Tendo como sombras Navarro e Deyverson, herói do tricampeonato da Libertadores, que só tem contrato até junho.

Nem nos sonhos mais loucos, os palmeirenses imaginavam que Deyverson seria o autor de um gol de título de Libertadores. O que deixa bem claro que, gratidão eterna à parte, ele está longe de ser o centroavante dos sonhos alviverdes. Cada vez mais intranquilos.