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Brasileiro acaba hoje para o Palmeiras: o que funcionou e o que deu errado?

Garotos do sub-20 do Palmeiras treinam para a última rodada do Brasileirão de elite - Fabio Menotti
Garotos do sub-20 do Palmeiras treinam para a última rodada do Brasileirão de elite Imagem: Fabio Menotti

Diego Iwata Lima

Do UOL, em São Paulo

09/12/2021 04h00

Nesta quinta-feira, às 21h30, contra o Ceará, em Barueri, começam os últimos 90 minutos do Palmeiras no Campeonato Brasileiro de 2021. Um torneio que o time liderou por cinco rodadas, ensaiou e desejou conquistar, mas que viu se perder no caminho que o levaria ao tricampeonato da Copa Libertadores, em 27 de novembro. E que vai encerrar com um time inteiro praticamente sub-20 em campo.

A campanha, porém, está longe de ser vexatória. Os 63 pontos que já deram ao clube o terceiro lugar no torneio, mesmo que longe da pontuação do campeão Atlético-MG —84 e contando—, representam o quinto melhor desempenho do Palmeiras na era dos pontos corridos com 20 clubes.

Se bater o Ceará em Barueri e chegar a 66 pontos, o Palmeiras fará sua quarta melhor campanha desde 2006. Ficarão à frente apenas as jornadas campeãs de 2016 e 2018 (80), bem como o terceiro lugar de 2019 (74).

Números à parte, a campanha teve bons e maus momentos, com jogadores igualmente se destacando positiva ou negativamente. Abaixo, o UOL Esporte tenta resumir como foi o Brasileiro Alviverde.

Melhor jogador: Gustavo Scarpa impôs sua escalação a Abel

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Scarpa, do Palmeiras, celebra gol contra o Bahia, em duelo no Allianz Parque, pelo Brasileiro 2021
Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

Além de ser o atleta que mais jogou no campeonato, com 31 partidas —mesmo número de Raphael Veiga—, Scarpa foi quem mais se destacou na competição, tanto como criador como finalizador de jogadas. No Brasileiro, fez quatro gols e distribuiu 14 assistências. Assim, foi quem mais participou de gols do time na competição. Com esses números, Scarpa impôs sua escalação a Abel, que teve de achar um lugar para o camisa 14.

Maior decepção: em 2021, Luiz Adriano vai ser mais lembrado por brigar com torcedor

Depois de uma temporada 2020 excelente, em que foi artilheiro do time e peça fundamental para a tríplice coroa, Luiz Adriano desapareceu no Brasileiro de 2021. Passou 50% do campeonato sem condições de jogo. Fez apenas três gols e concedeu duas assistências nas 19 partidas em que apareceu —12 como titular— e ainda furou protocolos sanitários e bateu boca com torcedores. Um ano para se esquecer.

Revelação: Renan trouxe opção segura para a comissão técnica

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Corintiano Willian disputa lance com Renan no clássico contra o Palmeiras, na Neo Química Arena, pelo Brasileirão 2021
Imagem: Ettore Chiereguini/Ettore Chiereguini/AGIF

O beque canhoto, único do elenco, surgiu bem no Paulista e apareceu em bons jogos na Libertadores. Mas com a sequência no Brasileiro é que realmente se firmou como opção de primeira prateleira para Abel. Fez 19 partida e foi titular em 16, números muito bons para quem tem 19 anos e disputa lugar com Gustavo Gómez, Luan e Piquerez, pela lateral. Ainda precisa amadurecer, mas já mostrou muito futebol.

Surpresa: Felipe Melo foi de carta fora do baralho a imprescindível

Quando o ano começou, Felipe era reserva e ninguém discutia tal condição. Mas ora como zagueiro, ora como volante, o camisa 30 foi cavando espaço e se firmando novamente. Fez 24 jogos no Brasileirão, foi titular em 19 e anotou um gol. Saiu do Palmeiras deixando uma ótima impressão no torcedor.

Gol mais bonito: Scarpa, de falta, contra o Bahia

Numa cobrança que caberia tranquilamente nos anos 90 e 2000, quando gols de falta eram muito comuns, Scarpa mandou de muito longe no ângulo esquerdo de Matheus Teixeira, que até foi na bola. Mas o tiro foi inapelável, na gaveta, indefensável. Menção honrosa para os gols de Gabriel Veron e Giovani contra o Cuiabá

Melhor jogo: Grêmio foi vítima do Palmeiras em duas apresentações de gala

Nas duas vitórias alviverdes sobre o quase rebaixado Tricolor gaúcho, o Palmeiras sobrou. Os 2 a 0 do primeiro turno, em julho, levaram o time à liderança do campeonato. E os 3 a 1 do segundo turno, em outubro, consolidaram um crescimento do Alviverde, que parecia dar sinais de que voltaria a poder brigar pela ponta. Já se sabe que isso não aconteceu. Mas o brilho das duas partidas permanece.

Pior jogo: Palmeiras, mais uma vez, caiu em casa ante o Flamengo

A disputa pelo título parecia palpável naquela tarde de 12 de setembro. Ainda mais quando Wesley abriu o placar com um belo gol, aos 15min. O empate em cabeçada do diminuto Michael, dois minutos depois, tratou de colocar água fria nas pretensões do Alviverde. Que levou não só a virada, com Pedro e um segundo gol de Michael, aos 35min do segundo tempo. O resultado praticamente tirou o time da disputa pelo título.

Mas quando o assunto for Flamengo e 2021, certamente não será deste jogo que o palmeirense irá se lembrar.

Jogador de futuro: Giovani mostrou características únicas

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Giovani carrega a bola no jogo do Palmeiras contra o Cuiabá
Imagem: Cesar Greco/Palmeiras

O canhoto que joga pela esquerda não é comparado ao argelino-francês Mahrez, do Manchester City, à toa. Claro, falta muito para que se saiba até onde o atacante pode ir. Mas nas duas partidas que fez pelo clube no Brasileiro, já na reta final, chamou muito a atenção caindo pela beirada e trazendo a bola para dentro. O gol que fez na vitória contra o Cuiabá, com um tapa muito sutil, longe do alcance de Walter, foi de cinema.

FICHA TÉCNICA

PALMEIRAS X CEARÁ

Motivo: Campeonato Brasileiro, rodada 28
Local e horário: Arena Barueri, às 21h30
Árbitro: Savio Pereira Sampaio (DF)
Auxilares: Daniel Henrique da Silva Andrade e José Reinaldo Nascimento Júnior (ambos do DF)
VAR: Rodrigo Carvalhaes de Miranda (RJ)

PALMEIRAS: Vinicius Silvestre; Michel, Naves e Lucas Freitas; Garcia, Fabinho, Matheus Fernandes e Vanderlan; Giovani, Gabriel Veron e Gabriel Silva. Técnico: Paulo Victor Gomes

CEARÁ: João Ricardo; Igor, Messias, Luiz Otávio e Kelvyn; Fabinho e Fernando Sobral; Mendoza, Vina e Lima; Cléber (Yony González). Técnico: Tiago Nunes