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Volpi volta a falhar em mata-mata, e São Paulo revive turbulência pós-Ceni

Brunno Carvalho

Do UOL, em São Paulo

26/08/2021 04h00

Tiago Volpi vive seu momento mais conturbado como goleiro titular do São Paulo. As falhas nos mata-matas contra o Palmeiras, na Libertadores, e, agora, contra o Fortaleza, pelas quartas de final da Copa do Brasil, abalam seu status diante da torcida, mesmo que as arquibancadas do Morumbi sigam vazias em dias de pandemia.

Depois das tentativas frustradas com Denis, Sidão e Renan Ribeiro na linha de sucessão de Rogério Ceni —aposentado em 2015—, o São Paulo identificou em Volpi o candidato ideal para, enfim, trazer segurança ao gol.

A situação de pressão para os goleiros são-paulinos, palpável nas arquibancadas em outros tempos, inclusive, já foi descrita pelo próprio catarinense como um dos motivos de ter dito "sim" ao clube paulista em 2019. Volpi via aquilo como um incentivo para sair da zona de conforto que estava no México, onde era quase ídolo.

Ao final daquela temporada, ele virou unanimidade entre torcida, companheiros de trabalho no CT da Barra Funda e nos corredores do Morumbi. O empréstimo de um ano se transformou em uma compra por US$ 5 milhões. O goleiro assinou contrato de quatro anos com o São Paulo, até o fim de 2023.

Mesmo com algumas falhas no Brasileirão do ano passado, Volpi nunca teve sua condição de titular contestada no São Paulo. Até agora, no caso.

Há uns meses, a diretoria tricolor chegou a sondar o mercado em busca de um goleiro reserva, mas isso tinha mais a ver com a insegurança passada por Lucas Perri do que com uma tentativa de projetar uma sombra ao catarinense. O clube, porém, não encontrou um negócio que fizesse sentido. A dívida de quase R$ 600 milhões tem dificultado a vida do São Paulo para contratar.

Agora, meses após o título do Paulistão, pondo fim a um longo e incômodo jejum, Volpi já está longe de um intocável. Seu status perante a torcida sofreu abalo forte nos últimos mata-matas. O goleiro foi um dos mais criticados na eliminação para o Palmeiras, na Libertadores. No primeiro jogo, quando o São Paulo vencia por 1 a 0, ele falhou em uma cobrança de falta de Patrick de Paula e permitiu o empate. Na volta, o chute de Raphael Veiga passou ao seu lado e morreu no fundo das redes.

As exibições no confronto acabaram ofuscadas por Pablo. Outro alvo constante da torcida, ele perdeu um gol sozinho, dentro da área, que poderia valer o empate são-paulino. Pouco tempo depois, Dudu fez o segundo do Palmeiras, que venceria o jogo por 3 a 0 e eliminaria o rival pela primeira vez da Libertadores.

Diante do Fortaleza, no entanto, Volpi virou o alvo maior. A saída errada para cortar o lançamento de Robson deixou a bola livre para Yago Pikachu balançar as redes. Naquele momento, aos 39 minutos do segundo tempo, o São Paulo vencia por 2 a 0. A partida terminou em empate por 2 a 2.

Na entrevista coletiva, Hernán Crespo foi questionado sobre a atuação do goleiro, mas disse que treinadores não gostam de falar sobre atuações individuais e ele não seria exceção. Na pergunta seguinte, o argentino comentou a atuação de Martín Benítez.

Volpi e o São Paulo têm três semanas para colocarem as coisas no lugar antes do jogo de volta contra o Fortaleza. A partida está marcada para 15 de setembro. A equipe paulista só avançará para a semifinal em caso de vitória. Um novo empate levará o jogo para os pênaltis.

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