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Vasco vê clima quente após sequência ruim e estaciona fora do G4 na Série B

Cano é um dos poucos poupados em clima pesado do Vasco após três derrotas seguidas na Série B - DIDO HENRIQUE/W9 PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Cano é um dos poucos poupados em clima pesado do Vasco após três derrotas seguidas na Série B Imagem: DIDO HENRIQUE/W9 PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, no Rio de Janeiro

23/08/2021 04h00

Após três derrotas seguidas, o Vasco viu a temperatura subir em São Januário. Ainda que esteja a apenas cinco pontos do G4 da Série B, o Cruz-Maltino se vê "estacionado" na tabela. O que suscitou reações firmes depois do revés para o Operário-PR, fora de casa, no sábado (21).

Na saída de campo, o volante Andrey falou sem filtro algum aos microfones sobre a situação do time. Cria das divisões de base, o jogador se disse envergonhado com a campanha da equipe na Série B.

"Temos de ter senso que está uma merda, uma bosta. Se não mudar, vamos continuar na Série B. A pressão é enorme. O Vasco é gigante. Temos de reverter. O lugar do Vasco é na Série A. Sentimento de merda de estar aqui falando e desrespeitando a torcida do Vasco. Pode falar de mim, pode reclamar. Desculpa torcida, mas eu vou dar a cara. O Vasco não merece isso. Eu sou um representante da torcida em campo e vou junto com meus companheiros tentar mudar isso", declarou o jogador.

Logo depois disso, o técnico Lisca, recém-chegado a São Januário, ao seu estilo, tampouco mediu palavras para falar da situação do Vasco.

"Não posso falar isso (se o elenco foi mal montado). Seria uma falta de respeito com o Pássaro, o presidente e toda diretoria. Só que a Série B tem uma característica que o turno já mostrou. Precisamos corrigir rota. A competição é diferente, tem muita força, imposição. Talvez não tenhamos conseguido, mas não por falta de tentativa, talvez por característica", declarou.

Ainda que tenha iniciado a declaração de maneira contrária, deixou implícito seu descontentamento com peças do elenco. Depois, pediu reforços: "Preciso de algumas providências. Espero que a diretoria me escute e tome providências", resumiu.

Além da fase ruim, o momento do rival Botafogo, que também disputa a segundona, interfere no dia a dia do clube. Após começar a Série B de maneira inconstante, o Alvinegro se encontrou sob o comando de Enderson Moreira e é o atual quinto colocado da competição, com 32 pontos, um atrás do Avaí, último clube na zona de acesso à primeira divisão. O detalhe é que, antes de fechar com o Anderson, o Bota chegou a procurar o próprio Lisca.

Na manhã de domingo, o dia seguinte após a terceira derrota seguida e também do aniversário de 123 anos do clube, os muros da loja anexa a São Januário foram pichados por torcedores. As críticas eram para todos: elenco, diretoria e comissão técnica. Uma mensagem mais pesada também foi escrita nas paredes: "O Vasco tem que subir nem que morra alguém".

Muros de São Januário foram pichados por torcedores após terceira derrota seguida do Vasco na Série B - Reprodução - Reprodução
Muros de São Januário foram pichados por torcedores após terceira derrota seguida do Vasco na Série B
Imagem: Reprodução

O clima pesado já vinha desde antes do jogo, quando a diretoria convocou coletiva para "responder" a Justiça pela execução de dívidas trabalhistas do clube. Nas perguntas, o presidente Jorge Salgado foi inquirido sobre a situação financeira e esportiva do Vasco. As respostas evasivas em nada ajudaram o mandatário, que injetou dinheiro do próprio bolso para quitar alguns débitos.

No sábado, quando o clube completou 123 anos, a festa foi substituída por um protesto das torcidas organizadas foi feito em frente a São Januário. Além de Jorge Salgado, o diretor-executivo Alexandre Pássaro foi bastante contestado pelos torcedores. O Vasco ocupa a 11ª colocação na Série B com 28 pontos. O próximo compromisso será contra a Ponte Preta, dia 29 de agosto, às 16h (de Brasília), em São Januário.

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