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Sylvinho fala em chateação, mas vê Corinthians vivo: "Realista esperançoso"

Yago Rudá

Do UOL, em São Paulo

03/06/2021 01h05

Recém-chegado ao Corinthians, o técnico Sylvinho tem dois jogos sob o comando do clube e já vive uma situação de pressão. Na noite de quarta (2), contra o Atlético-GO, o Timão foi derrotado por 2 a 0 e ficou em uma situação delicada na terceira fase da Copa do Brasil. Ao fim da partida, o comandante revelou estar chateado com a apresentação da equipe e o revés na Neo Química Arena, mas não jogou a toalha no confronto diante do Dragão.

"O meu discurso é o mesmo. O meu discurso não é otimista, nem pessimista. Eu sou um realista esperançoso, esse é o meu trabalho. Os meus atletas já sabem. A competição é difícil, mas é muito equilibrada. No primeiro jogo [contra o Atlético-GO, no último domingo, pelo Brasileirão] também tivemos detalhes importantes. Está tudo muito equilibrado, eu sou um realista esperançoso", afirmou Sylvinho, que volta a encontrar o Atlético-GO na próxima quarta-feira (9), em Goiânia, no segundo e decisivo jogo do confronto.

Nesta quarta, o Corinthians não conseguiu ser efetivo diante de seu adversário e, em menos de 20 minutos, já perdia por 2 a 0 na Neo Química Arena. No segundo tempo, quando a equipe esboçou alguma reação, o lateral Fagner foi expulso e a saída do defensor acabou colocando em xeque os planos da comissão técnica para a etapa final. Na visão de Sylvinho, o mérito da vitória é do adversário, embora não consiga esconder sua frustração.

"Uma partida decidida muito rápida. Uma insatisfação bem grande, inclusive por performance, isso complicou muito o jogo. Um adversário muito fechado, muito físico, com transições fechadas. Tomamos os gols. Insatisfação, [estou] chateado, em busca do ideal, do time. [Tivemos] Oito dias de bons trabalhos, tentando colocar os conceitos e vamos encontrar o melhor time para o Corinthians. A eliminatória não está fechada. Evidente que pelas dificuldades há uma boa desvantagem. Nós reconhecemos, somos realistas, mas vamos jogar", explicou, ao ser questionado sobre a análise do confronto.

O próximo jogo do Corinthians é no domingo (6), às 16h (de Brasília), contra o América-MG. O confronto é válido pela 2ª rodada do Campeonato Brasileiro e acontece em Belo Horizonte, no Independência. Em dois jogos no comando da equipe do Parque São Jorge, Sylvinho ainda não conseguiu pontuar e nem ao menos comemorar um gol.

Veja outros trechos da entrevista coletiva do técnico do Corinthians:

Sobre a proposta ofensiva

"Ter um centroavante não fixo. No último jogo, o Gustavo jogou por ali, ele não é centroavante. A ideia era cobrir esse espaço com o Luan, que tem mais mobilidade, e ter a profundidade do Gustavo (Mosquito) pelo lado direito, que foi muito boa no segundo tempo do jogo anterior. A partir daí, você tem uma estratégia, mas quando você toma dois gols, o adversário baixa suas linhas e as jogadas individuais ficam muito difíceis. Eles tinham que fazer uma jogada contra dois atletas. A estratégia caiu um pouco e nós preferimos não fazer modificação no intervalo. O time teve um pequeno ganho no começo do segundo tempo para a gente fazer blocos. O Fagner foi expulso injustamente e isso nos atrapalhou."

Sobre Ramiro

"É um atleta que tem contrato com o clube. Todo atleta que tem contrato com o clube e eu entenda que tenha condição de jogar, eu não vou desprezar jamais. Vai jogar. É um atleta que eu vou continuar usando enquanto eu tiver ele por aqui. Enquanto tiver contrato vai continuar jogando."

Sobre a demora para fazer as substituições

"Eu também não gostei do primeiro tempo, não gostei da performance e estava insatisfeito com tudo. Porém, tenho que tomar cuidado para potencializar o time e não piorá-lo. Tivemos um começo de segundo tempo um pouco melhor, também em decorrência muito da forma como o adversário voltou. Sou consciente disso. O adversário gosta de jogar assim. Tentamos jogar com o Araos aberto, mas com 18 minutos tivemos a expulsão e foi muita dificuldade. Estava preocupado em manter o resultado o mais próximo possível, mas tivemos dificuldades. Por isso, tivemos poucas substituições."


Sobre sistema defensivo e a possibilidade de jogar com três zagueiros

"Quando se fala a palavra domínio é a forma como eu aprendi. Não é um tipo de soberba, não é isso. Até porque você pode dominar um sistema muito bem, mas quem efetua o sistema são os atletas. Vou rever qualquer situação que tiver de ser revista, tanto de atletas como de sistema. Também tenho bastante claro que o sistema com três zagueiros não é ofensivo e nem defensivo, ele busca equilíbrio. Quando você vai defender, na verdade, é uma linha de cinco e pode ser muito defensiva ou até mesmo muito ofensiva. Temos que buscar o equilíbrio do time. O Corinthians já jogou em linha de quatro, já jogou em linha de três e em ambas não teve muito sucesso. A tática é legal, mas tem a parte técnica, de gerenciamento. Não é a parte mais importante de um time."

Sobre possibilidade de conquistar a vaga

"Insatisfeito pela performance e pelo resultado. É claro que dificulta. É um resultado difícil, mas estamos no jogo. Vamos jogar os 90 minutos. É difícil."

Sobre reforços

"Com relação à composição de elenco, estou alinhado com a diretoria. O material que nós temos dá para fazer mais. Vamos buscar uma solução."

Sobre dificuldade de adaptação do elenco

"Compactamos o time, assim como todos os outros. Tivemos erros, tivemos situações que não foram de boas leituras, o erro acabou sendo coletivo. O adversário conseguiu o campo todo aberto, que era tudo o que não poderíamos dar. No outro jogo, com o mesmo time, com a mesma situação, eles tiveram alguma definição. Tivemos um comportamento melhor em relação a esse aspecto. Eles (elenco) têm esse entendimento."

O que dá para mudar no time?

"Temos no meio um outro jogo, no qual vamos trabalhar para ele. Depois, pensaremos no jogo da volta contra o Atlético. Vamos jogar e buscar algumas situações para a reversão do resultado. Como não? O jogo existe e vamos jogar."

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