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Tuma não atende pedido de Andrés por reunião do Conselho sobre VaideBet

Romeu Tuma Junior, presidente do Conselho Deliberativo do Corinthians, recusou pedido feito por Andrés Sanchez e outros conselheiros oposicionistas para realizar uma reunião do órgão a fim de debater a operação que resultou no contrato de patrocínio com a VaideBet.

Em vez disso, ele decidiu enviar os questionamentos feitos pelos opositores para o presidente do clube, Augusto Melo.

"Nesse sentido, para que não seja o Conselho Deliberativo atualizado por notícias da mídia nem versões de conversas, nem sempre precisas e muitas vezes sem o necessário e devido outro lado, transformo o Requerimento de Convocação, por não conter amparo estatutário, em Requerimento de Informações", diz trecho da resposta de Tuma aos oposicionistas.

Entre seus argumentos, Tuma afirmou que o estatuto corintiano exige que os requerimentos para a convocação de encontros do órgão sejam assinados por 50 conselheiros.

O pedido, datado do último dia 29, foi de autoria de três conselheiros, além do ex-presidente Andrés: André Luiz Oliveira, o André Negão, derrotado na última eleição presidencial, Jorge Kalil e Antônio Jorge Rachid Junior.
Em sua resposta, porém, Tuma diz que "uma das assinaturas" não foi firmada pelo próprio requerente".

A coluna apurou que a oposição pretende conseguir as 50 assinaturas para pedir a convocação da reunião.

Os oposicionistas tinham pedido a realização de sessão do Conselho para: "Apresentação, discussão e votação da expedição de ofício endereçado à diretoria executiva do clube, com fim de pedir explicações quanto à conveniência e oportunidade de realização do contrato de publicidade com a empresa VaideBet e do eventual contrato de comissão com a empresa que intermediou o negócio".

Tuma respondeu aos conselheiros em tom crítico. "O requerimento também não pode prosperar porque o presidente do Conselho não precisa marcar reunião para decidir se o plenário aprova emissão de ofício para requerer informações da diretoria, se o estatuto fosse lido com atenção despiciendo seria tanta burocracia e tanta celeuma, o que acaba parecendo que o objetivo do documento era apenas gerar mídia...", diz trecho da resposta assinada pelo presidente do CD.

No requerimento dos opositores, foi relatada uma reunião de Augusto com os autores do pedido, além de outros membros do CD e de integrantes da diretoria.

Segundo o documento, no encontro, o presidente do clube afirmou que a VaideBet procurou o Corinthians para negociar o patrocínio. E que "as relações comerciais foram realizadas por ele próprio [Augusto] e o Sr. Marcelo Mariano dos Santos, o Marcelinho, diretor administrativo".
Os opositores narram também que a imprensa noticiou que houve pagamento de comissão de R$ 25 milhões.

Ou seja, haveria uma contradição: se a empresa procurou diretamente o Corinthians por que o clube topou pagar parceladamente comissão de R$ 25,2 milhões para a Rede Social Media Design? A informação sobre a comissão foi revelada inicialmente pela Gazeta Esportiva e confirmada pela coluna.

No entanto, Tuma entendeu que o relato feito pelos oposicionistas não justifica a convocação da reunião. Ele lembrou que o pedido de informações não é irregular. Em seguida escreveu: "entretanto, não acho razoável confrontar a palavra do presidente da diretoria com notícias da imprensa, especialmente quando o presidente recebe qualquer conselheiro e/ou grupo de conselheiros que o procuram para conversas informais sem manifestarem que estão em busca de confrontar informações".

Além de pedirem explicações sobre a operação, os opositores querem a apresentação dos comprovantes dos pagamentos feitos pela VaideBet ao clube. Também é solicitado que sejam mostrados documentos de eventuais valores pagos para terceiros na negociação. São esses pedidos que Tuma decidiu encaminhar para Augusto.

O presidente do CD também registrou em sua resposta que tomou conhecimento do requerimento inicialmente pela imprensa.

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