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Nino critica casos de covid-19 no Brasileirão: 'Nunca estivemos seguros'

Zagueiro do Fluminense, Nino criticou alta de casos de covid-19 no Brasileirão - Lucas Mercon/Fluminense FC
Zagueiro do Fluminense, Nino criticou alta de casos de covid-19 no Brasileirão Imagem: Lucas Mercon/Fluminense FC

Caio Blois

Do UOL, no Rio de Janeiro

30/09/2020 15h19

O Fluminense teve confirmado nesta quarta-feira (30) seu 10º caso de coronavírus no elenco profissional. Ganso foi o último do Flu a testar positivo para covid-19 no Campeonato Brasileiro, o que rendeu críticas e lamentações de Nino na entrevista coletiva no CT Carlos Castilho.

"Nunca estivemos seguros. A gente luta contra algo que não conseguimos ver. Não tem como estar seguro assim. O que deixa mais expostos são as viagens, que não haviam no Estadual. Estamos concentrado em hotel, como não acontecia. É difícil falar em protocolo quando não se sabe explicar muita coisa sobre o vírus. É dúvida total, e não temos o que fazer. Estamos expostos e os cuidados tem que ser tomados individualmente", opinou.

Após o rival Flamengo ter um surto de casos durante viagem ao Equador pela Libertadores, o Tricolor e outras equipes viram seus casos aumentarem exponencialmente, o que já havia acontecido com Goiás, Vasco e Corinthians neste Brasileirão.

"A gente lamenta o crescimento dos casos. Todo mundo sabia da exposição de todos os dias, não existe protocolo seguro quando você luta contra um vírus que você não consegue enxergar. É lamentável vir trabalhar todos os dias com preocupação, medo de colocar familiares em risco. Isso abrange muita coisa, nossa família, por exemplo. Esperamos que isso passe o mais rápido possível", disse.

Dentro de campo, o jogador lamentou também a eliminação na Copa do Brasil e ressaltou a goleada sobre o Coritiba, o que mostra, para ele, que a equipe conseguiu virar a chave e mostrar seu melhor futebol apesar do momento difícil. Depois de ser barrado, Nino voltou ao time, teve boas atuações e coroou a volta por cima com um gol na última rodada.

"Realmente nós jogadores tentamos sempre fazer nosso melhor, estar sempre ajudando o time. Nem sempre conseguimos e isso nos entristece muito. A gente vive num ambiente de cobrança e responsabilidade, temos noção disso, e foi uma montanha russa. Cheguei a passar jogos no banco, as pessoas do clube me deram todo o suporte necessário, mas com consegui voltar, ajudar meus companheiros e fazer um gol no último jogo. Nunca vou parar de trabalhar ou baixar a guarda. Sempre vou dar meu melhor para ajudar a todos", disse.

Nino deu a volta por cima e balançou as redes na goleada sobre o Coritiba - Lucas Mercon/Fluminense FC - Lucas Mercon/Fluminense FC
Nino deu a volta por cima e balançou as redes na goleada sobre o Coritiba
Imagem: Lucas Mercon/Fluminense FC

Ao fim das perguntas, o zagueiro pediu a palavra para uma mensagem de conscientização. No último dia de setembro, Nino alertou para a campanha "Setembro Amarelo", de prevenção ao suicídio, estampadas por empresas e associações.

"Hoje é o último dia de setembro. O setembro amarelo é uma campanha de prevenção do suicidio, uma realidade muito triste que a gente enfrenta. Queria deixar um recado porque talvez tenha alguém que está assistindo ou que vá assistir depois que pode estar lutando contra pensamentos suicidas. Queria dizer que você não está nessa luta sozinho. Muita gente capacitada pode te ajudar. A sua vida não se resume a esse momento de angústia, essa dificuldade que você vivendo agora. Não desista, sua vida tem valor", disse.

Confira mais respostas da entrevista coletiva de Nino:

Eliminação na Copa do Brasil

Doeu em todos a eliminação. Era algo que a gente sonhava, a gente concentrou todas as forças e energias. Entendemos a decepção do torcedor. A partir do momento que você joga no Fluminense tem que entrar em todos os campeonatos tentando ser campeão. Estamos tristes e decepcionados mas temos que virar a chave. Confiamos muito no Odair, sabemos o que o grupo pode render e esperamos trazer a torcida para o nosso lado de novo o mais rápido possível. Faz parte o protesto, nós entendemos eles. Temos que esquecer isso para que não nos atrapalhe. O que nos resta é o Brasileirão e queremos alcançar bons lugares para resgatar a alegria do torcedor, que ele possa se orgulhar do clube mais uma vez.

Reserva e retorno

A gente fica triste quando não vê as coisas acontecerem como a gente deseja. Sou focado em trabalhar e fazer meu melhor. Todos os dias que estou no clube tento fazer isso. Sempre fui tranquilo em relação a isso. O que tiver que acontecer vai acontecer. Independente disso, o importante é o time estar bem, vencendo. O Odair tem o grupo na mão, é transparente, me passou muita confiança, fez toda a diferença para que eu pudesse continuar motivado e trabalhando. Não desanimei, continuei focado, fiz um gol no jogo passado e espero continuar ajudando.

Goleada sobre o Coritiba

Foi um jogo difícil, time bem treinado, com muita técnica, e a gente entra em campo contra onze caras que também querem vencer. Não vai existir jogo fácil no Brasileiro. Vi um jogo que conseguimos neutralizar a força ofensiva do Coritiba e aproveitamos as oportunidades. Já aconteceu de jogar melhor, não aproveitar as oportunidades e perder em uma bola. O 4 a 0 é um placar muito elástico, mas fomos eficientes, conseguimos extrair o melhor do nosso time.

Momento de Luccas Claro

Todo mundo sabia da qualidade dele. Para nós não foi surpresa. Ele foi muito bem nos jogos quando eu não estava aqui. A partir do momento que tem qualidade e sequência para mostrar futebol, sempre funciona. Serve de lição para todos do grupo.

Má fase de Muriel

Muriel muitas vezes nos salvou, essa é a palavra certa. Ganhamos ou seguramos o empate, todos nós estamos sujeitos ao erro. A desclassificação não foi culpa dele, assim como nós todos temos nossa parcela nas glórias. Ele sabe do potencial dele, é experiente, todos estamos sujeitos a errar e vamos errar em algum momento. A diferença é continuar trabalhando. Ele fez uma grande partida contra o Coritiba e isso só mostra o profissional que ele é.

Chegada de Lucca

O Lucca, no Criciúma, era uma referência para mim. Tem uma história linda no clube. Ele era profissional quando cheguei para a base. Tive pouco contato com ele, mas tinha uma admiração grande pelo respeito que ele conquistou. Não tive contato com ele, mas quando tiver, vou falar de tudo que acompanhei dele por lá. Vamos torcer para ele vir, porque vai nos ajudar muito. Será muito bem recebido com certeza.

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