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Após investir pesado, SPFC adota estilo oposto ao do gastão Atlético-MG

Raí, executivo de futebol do São Paulo - Marcello Zambrana/AGIF
Raí, executivo de futebol do São Paulo Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

José Eduardo Martins e Thiago Fernandes

Do UOL, em São Paulo e Belo Horizonte

03/09/2020 04h00

Atlético-MG e São Paulo vão se enfrentar hoje (3), a partir das 20h, no Mineirão. Estratégias diferentes de trabalho estarão em lados opostos. Os mineiros resolveram investir pesado para tentar suprir as necessidades do técnico Jorge Sampaoli e para coroar com títulos a gestão de Sérgio Sette Câmara. Já o Tricolor paulista, após gastar para montar uma espinha dorsal em 2019 — com jogadores como Pablo e Alexandre Pato —, resolveu fechar a torneira em 2020. Nesta temporada, a equipe de Fernando Diniz trouxe apenas Luciano, que foi envolvido em uma troca sem custos por Everton, hoje no Grêmio.

O Galo superou — e muito — os R$ 20 milhões previstos em reforços de novembro do ano passado. Com aporte de Rubens Menin, os mineiros buscaram 16 reforços e gastaram R$ 138,5 milhões no mercado da bola. Houve contratações milionárias no início do ano, como o lateral esquerdo Guilherme Arana e o volante Allan.

Os principais reforços, porém, chegaram sob a batuta de Jorge Sampaoli. Ao todo, foram nove nomes contratados pelo técnico — Léo Sena, Alan Franco, Keno, Marrony, Bueno, Nathan, Junior Alonso, Mariano e Eduardo Sasha.

O fim do discurso de austeridade, adotado nos dois primeiros anos de gestão de Sérgio Sette Câmara, foi abandonado em prol da luta pelo título nacional, o qual não é conquistado desde 1971. Os números são bem diferentes do adversário desta noite.

Na última temporada, o Tricolor gastou bastante e não alcançou as metas esperadas, sendo até eliminado na Pré-Libertadores. Como consequência, fechou o balanço de 2019 com o maior déficit de sua história, de R$ 156 milhões.

Para esse ano, antes mesmo da crise financeira causada pela pandemia do novo coronavírus, a ordem era de tentar reduzir gastos no Morumbi. Como o elenco já era considerado forte, também não foi preciso fazer contratações. O clube também se propôs a diminuir a folha salarial e apostou ainda mais nos jogadores oriundos das categorias de base.

Só com a rescisão contratual de Pato, o clube calcula uma economia de cerca de R$ 35 milhões. A troca de Everton por Luciano também foi considerada vantajosa financeiramente. Afinal, o Everton tinha um salário bem superior ao de Luciano.

Com a pandemia e queda de receita, o clube ainda negociou uma redução salarial de 25% até fevereiro de 2021, quando a diferença voltará a ser acertada com a equipe.

Vale destacar ainda neste pacote que o custo com Fernando Diniz é cerca de seis vezes mais baixo do que o do Atlético-MG com Sampaoli.

FICHA TÉCNICA:

ATLÉTICO-MG x SÃO PAULO

Data: 3 de setembro de 2020, quinta-feira
Horário: 20 horas (de Brasília)
Local: Mineirão, em Belo Horizonte (MG)
Competição: Campeonato Brasileiro, 7ª rodada
Árbitro: Jean Pierre Gonçalves Lima (RS)
Assistentes: Lucio Beiersdorf Flor e Leirson Peng Martins (ambos do RS)
VAR: Rafael Traci (SC)

ATLÉTICO-MG: Rafael; Mariano (Guga), Réver, Alonso e Guilherme Arana; Jair, Allan e Alan Franco; Savarino, Keno e Eduardo Sasha. Técnico: Jorge Sampaoli.

SÃO PAULO: Tiago Volpi; Igor Vinícius, Diego Costa, Léo Pelé, Liziero; Tchê Tchê, Hernanes, Gabriel Sara; Luciano, Pablo, Vítor Bueno. Técnico: Fernando Diniz.