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Turbinado, Atlético joga por taça inédita para gestão e Sampaoli no Brasil

Presidente Sérgio Sette Câmara e Jorge Sampaoli buscam título inédito com as cores do Atlético-MG - Atlético-MG/Divulgação
Presidente Sérgio Sette Câmara e Jorge Sampaoli buscam título inédito com as cores do Atlético-MG Imagem: Atlético-MG/Divulgação

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

26/08/2020 04h00

Com um investimento elevado e a ajuda de parceiros em 2020 — cerca de R$ 140 milhões em reforços —, o Atlético-MG entra em campo hoje (26) para enfrentar o Tombense, às 21h30, pela final do Campeonato Mineiro. Mesmo que seja um torneio menos badalado, o triunfo na competição representa muito ao presidente Sérgio Sette Câmara e ao técnico Jorge Sampaoli.

Este pode ser o primeiro título do mandatário à frente do clube desde o início de sua gestão, em janeiro de 2018. O dirigente viu a equipe jogar duas finais do Estadual e perder para o arquirrival Cruzeiro. Nos demais torneios, o mais perto que chegou de um título foi a semifinal da edição passada da Sul-Americana. Em 2020, com um projeto financeiramente mais ousado, pode finalmente se sagrar campeão no cargo.

Jorge Sampaoli, por sua vez, está no Brasil desde o início de 2019. Em sua primeira temporada, quando defendeu o Santos, não celebrou taças. A melhor campanha foi no Brasileirão, torneio que terminou como vice-campeão, com 16 pontos atrás do Flamengo. Com apenas 12 jogos à frente do Galo, pode faturar uma conquista inédita em solo brasileiro.

As ambições, tanto do presidente quanto do treinador, são maiores que o título estadual. Não à toa há um investimento elevado no clube. A diretoria abandonou o discurso de austeridade adotado nos dois primeiros anos e passou a investir em reforços. A última contratação foi a de Eduardo Sasha, ex-jogador do Santos. O atacante custou 1,5 milhão de euros (R$ 9,8 milhões na cotação atual) aos cofres do clube. Com esse reforço, os mineiros já se comprometem a pagar R$ 138,4 milhões apenas com contratações desde janeiro de 2020. Até agora, chegaram 15 jogadores. Só com Sampaoli foram nove aquisições — Léo Sena, Alan Franco, Keno, Marrony, Bueno, Nathan, Junior Alonso, Mariano e Eduardo Sasha.

E o técnico não deve parar por aí. Com desejo de bater Flamengo, Grêmio, Palmeiras, Inter e os demais rivais, ele quer ao menos mais cinco nomes no mercado da bola. A lista inclui goleiro, lateral direito (em caso de saída de Guga), meio-campista e dois atacantes. Os pedidos devem ser ao menos parcialmente atendidos.

Mesmo com o investimento elevado e diferente do que pregou em seus dois primeiros anos de mandato, Sérgio Sette Câmara nega que esteja dando um "all-in", o que significaria apostar tudo que pode em uma alusão ao jogo de pôquer.

"Não estou dando all-in. Se fosse pôquer, eu diria que fiz cursinho com as cobras criadas de Las Vegas e aprendi a jogar. Agora, eu estou jogando com muita inteligência, com ajuda das pessoas certas, que estão me dando dicas e colocando nos eixos. O presidente que entrou em 2018 amadureceu em todos os sentidos. A vida é assim. Temos que ter a humildade para ver onde estamos errando. Eu errei muito. Mas você vai melhorando. Esse é um dos motivos pelos quais eu penso que posso ser candidato à reeleição", disse em entrevista recente ao jornal O Globo.

O presidente atleticano ainda prega cautela, prevendo oscilações no primeiro ano de trabalho de Jorge Sampaoli na Cidade do Galo.

"Vai demorar um tempo para entender a estratégia de jogo do Sampaoli. Ele é um treinador que tem um tipo de jogo de pressionar, mas tem a questão dos contra-ataques. O time tem que estar muito bem treinado. Vamos ter altos e baixos, é normal. Mas acreditamos muito no trabalho, por isso contratamos o Sampaoli por dois anos. De qualquer forma, vai surtir efeito agora. Esperamos que o Atlético, no mínimo, se classifique para a Libertadores. Aí, entra a questão de receita gerar receia: se gasta agora e vai para a Libertadores, já tem um dinheiro diferente para o orçamento. Isso também dá visibilidade aos jogadores", concluiu.

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