Julio Gomes

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Só o Real Madrid pode construir um milagre como o de hoje

O texto estava prontinho. Eu ia dizer o seguinte: o Real Madrid provava o gosto da injustiça. Dominou o Bayern de Munique durante o jogo todo, construiu muitas jogadas, só parou por causa de um milagre atrás do outro de Neuer. A vitória do Bayern por 1 a 0, no Santiago Bernabéu, não era condizente com o que foi a partida desta quarta-feira.

Mas com o Real Madrid não tem nada disso. Não tem essa de perder. O Real Madrid ganha quando joga melhor, quando joga pior, ganha de time bom, ganha de time ruim, ganha de time com camisa, ganha de time sem camisa. O herói da vez é apenas o herói da vez. O vilão da vez é apenas o vilão da vez.

O herói de hoje é Joselu. Um jogador que não tem o tamanho do Real Madrid. Que foi contratado, vejam só, porque o Real Madrid perdeu Benzema e precisava de um reserva para Harry Kane, que o clube tentou contratar no mercado do ano passado - perdeu a corrida para o Bayern de Munique.

O vilão, para quem perde tempo torcendo contra, foi Neuer. Justo Neuer. O goleiraço alemão, um dos maiores da história, o cara que manteve o Bayern de Munique no jogo e na eliminatória, bateu uma roupa inacreditável aos 43min do segundo tempo. Foi de Neuer a falha que gerou o empate.

À essa altura, Tuchel já havia tirado de campo Kane e outros jogadores ofensivos. Já estava em "modo segurar o resultado". Estava claro que o Real Madrid ganharia a partida na prorrogação, e o gol de Joselu teria o mesmo efeito daquele empate de Sergio Ramos no minuto 94, na final de Lisboa-2014 contra o Atlético de Madrid. Mas para quê esperar prorrogação? Logo no comecinho dos acréscimos, Joselu fez mais um.

Um detalhe: no 12o minuto de acréscimo, o Bayern de Munique empatou o jogo em um lance em que não havia impedimento na origem. Mas assistente e árbitro resolveram levantar a bandeira e apitar antes da conclusão do lance. Um erro flagrante (e gravíssimo) em tempos de VAR. O protocolo é simples: esperar a conclusão da jogada. O que não foi feito pela arbitragem, e a conclusão da rodada foi o gol de empate. Ou melhor, seria o gol de empate.

Um dia, o Real Madrid foi freguês do Bayern de Munique. Parece outra vida. Agora já são quatro eliminatórias seguidas em que o Real passa pelos alemães, neste que é o jogo mais pesado do futebol europeu.

Na final de Wembley, um rival inédito, o Borussia Dortmund. Provavelmente, uma vítima inédita no caminho para o 15o título europeu da história.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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