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Como "caso Odair" é mais um confuso episódio do protocolo do Brasileirão

Alexandre Araújo

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

17/08/2020 04h00

A ausência do técnico Odair Hellmann, do Fluminense, à beira do gramado no confronto com o Internacional, ontem (16), pelo Campeonato Brasileiro, foi mais um capítulo do confuso protocolo aplicado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para a competição nacional voltar em meio à pandemia do novo coronavírus. Nas rodadas anteriores, problemas relacionados a exames e prazos já haviam sido detectados, como foi o caso do duelo entre Goiás e São Paulo — sem contar dificuldades enormes, como um ônibus viajando 1600km com 14 infectados, nas Séries B e C.

O Fluminense alega ter sido pego de surpresa com o impedimento do treinador de participar da partida — ele chegou a ir para o estádio. Segundo o clube, em nota, Odair realizou dois testes para o confronto com o Palmeiras, que aconteceu na última quarta-feira, um sorológico e um PCR. O primeiro, negativo, liberou o treinador para o jogo. O segundo, porém, indicou resultado "com reagente". O problema é que esse resultado foi divulgado apenas na manhã seguinte ao empate, depois de o técnico tricolor ter participado sem restrição alguma do jogo.

Um comunicado da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) — divulgado para contestar a nota publicada pelo Fluminense — afirma que o "teste positivo para o Covid-19 do técnico Odair Hellmann, realizado pelo Hospital Albert Einstein, foi disponibilizado ao Fluminense no dia 13 de agosto, às 11h32, no sistema de divulgação de resultados oficial do hospital para os clubes".

No mesmo dia 13, já diante de uma mudança de protocolo feita dias antes e visando o confronto com o Internacional, o Fluminense realizou exames e Odair testou negativo. Com base nisso, o clube das Laranjeiras manteve a programação de treinamentos, inclusive, com a participação do treinador. Dentre as alterações no documento, estava o fato de que os clubes passavam a ter a opção de contratar laboratórios locais, o que pode facilitar a logística e agilizar a obtenção dos resultados.

Segundo o UOL Esporte apurou, mesmo diante do resultado negativo dos exames apresentados pelo Fluminense, a Comissão Nacional de Médicos do Futebol (CNMF) da CBF, por precaução, optou pela preservação do treinador. Com isso, Hellmann já está afastado e retorna apenas no dia 19, para o confronto com o Red Bull Bragantino.

Ao abordarem o assunto, elenco e comissão técnica demonstraram não terem entendido o que, de fato, aconteceu. Na saída para o intervalo, Nenê disse que foi uma situação que "ficou um pouco confusa", citando trâmites para prova e contraprova. Já Maurício Dulac, auxiliar que assumiu o posto no banco de reservas, ressaltou que o clube vem tomando as precauções necessárias.

"A gente ainda precisa entender na verdade o que aconteceu. O clube vem tomando todos os cuidados no nosso dia a dia no CT. Acho que a gente não vai ter nenhum problema. Eu acredito que não seja nada, que seja alguma ocasião que nós vamos descobrir com mais tempo o que aconteceu. Mas que bom que ele conseguiu ajudar a gente também. Os jogadores entenderam o mais rápido possível e conseguiram estar concentrados", disse.

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