Topo

Santos

Cuca indica Sánchez mais adiantado e tem desafio de aumentar média de gols

Thiago Tassi

Colaboração para o UOL, em São Paulo

10/08/2020 04h00

O pontapé inicial do Santos no Campeonato Brasileiro terminou com um doloroso empate do Red Bull Bragantino nos acréscimos da partida realizada na Vila Belmiro, mas já deixa evidências de que mudanças estão por vir principalmente no setor ofensivo, ainda que Cuca esteja há quatro dias no comando e mal teve tempo para treinar a equipe — ele foi apresentado na sexta-feira (7).

Em sua terceira estreia no Peixe, o técnico deu mais liberdade a Carlos Sánchez, que jogou mais adiantado e próximo aos atacantes, assim como foi na passagem de Cuca pelo clube em 2018. A tendência é que o camisa 7 faça combinações com Soteldo e Marinho ao longo do Brasileirão e participe mais de lances de gols.

Por falar neles — os gols —, este é um grande desafio para o novo comandante. No Campeonato Paulista, com Jesualdo Ferreira, o time marcou apenas 14 em 13 jogos, o que dá uma média de 1,07 por partida. Incluindo Libertadores e o confronto de ontem, a média vai a 1,13 tento a cada 90 minutos (são 16 partidas e 18 gols na temporada).

Na estreia do torneio nacional, apesar de criar bastante e ter feito talvez sua melhor partida neste retorno do futebol, o Peixe seguiu a "média 2020" e só balançou as redes uma vez.

Além de indicar um Sánchez avançado, Cuca pretende tornar Soteldo e Marinho ainda mais participativos. Os pontas, que dão bastante velocidade e ritmo pelas beiradas, precisam contribuir quando a bola está no lado inverso, na visão do treinador.

"Nós temos os extremos [Soteldo e Marinho] e eu quero melhorar a participação deles. Quando você tiver a bola de um lado, eles participem do jogo, e não fiquem do outro lado sem essa participação. O centroavante precisa dessa companhia. Não só do Sánchez, do Pituca, mas do segundo atacante e do lateral também. Quando a bola for do lado inverso, e isso vamos ter que trabalhar bastante, não para corrigir, mas para melhorar o posicionamento", explicou.

Ontem, outra mudança que pôde ser vista foram os lançamentos e ligações diretas ao ataque. Em diversas vezes, principalmente no primeiro tempo, o Peixe forçou o jogo pela direita para deixar Soteldo no mano a mano, e com espaço, do outro lado. Até por isso, o venezuelano, principal arma ofensiva do time, foi bastante acionado com passes diagonais.

Nomes que ganham um "gás novo" com o técnico e podem ajudar a marcar são Kaio Jorge e Uribe. O primeiro, joia da base de 18 anos, subiu para o profissional justamente com Cuca, foi titular contra o RB e se saiu bem: sofreu pênalti, cabeceou uma bola com perigo e ouviu elogios do comandante. Já o colombiano renova as energias com a chegada do experiente treinador, que fala em recuperar sua confiança.

Sem muito tempo para treinar, o Santos agora se prepara para a segunda rodada do Brasileirão. O time visita o Internacional quinta-feira (13), às 19h30.

Santos