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Oposição inicia ação para mudar estatuto e democratizar política do Flu

Grupo tenta "democratizar" política das Laranjeiras, sede do Fluminense - Nelson Perez/Fluminense FC
Grupo tenta "democratizar" política das Laranjeiras, sede do Fluminense Imagem: Nelson Perez/Fluminense FC

Do UOL, no Rio de Janeiro

04/08/2020 21h08

Mesmo com pouco espaço no Conselho Deliberativo (CDel) após a vitória "por capote" do presidente Mário Bittencourt nas últimas eleições, a oposição do Fluminense iniciou uma ação buscando maior democratização na política do clube.

O movimento "Somos todos iguais" quer reunir assinaturas de associados para realizar uma assembleia geral para alterar o estatuto do clube. Baseados nos artigos 59 e 60 do Código Civil, que versa sobre associações, oposicionistas à atual gestão desejam uma modificação ainda maior na política do Flu, que recebeu importantes modernizações nos últimos anos.

Apesar de terem direito a voto nas eleições internas, as categorias de sócio-torcedor ainda não são elegíveis para se candidatarem à presidência do clube nem estão aptos ao Conselho Deliberativo.

A ideia da ação é, além de modificar essa realidade, que o Fluminense passe também a ter voto online — algo prometido por Mário Bittencourt — já nas eleições de 2022, como também realize a transmissão de reuniões do conselho para todos os sócios. O objetivo do movimento é modernizar os quadros do clube e trazer a torcida ainda mais para perto do processo decisório da instituição.

Para isso, a iniciativa precisará colher assinaturas de pelo menos 20% do quadro social do clube. Tendo o quórum, o movimento entrará com um pedido pela assembleia geral extraordinária que precisa ser convocada — mas não aprovada — pelo CDel. Os sócios, então, votariam se concordam ou não com as mudanças no estatuto do clube.

Dentre outras bandeiras, o movimento, que tem como líder o advogado Marcelo Souto, quer a extinção dos departamentos olímpicos e sociais, fazendo com que o Fluminense seja um clube apenas de futebol, como fizeram Grêmio e Athletico, por exemplo.

Em chapa "puro sangue", Souto se lançou pré-candidato à presidência, mas não conseguiu reunir as assinaturas necessárias para se inscrever na disputa que contou apenas com Mário Bittencourt e Ricardo Tenório. O advogado considera outras áreas do clube deficitárias e dependentes do orçamento de campo e bola, virando um problema para os combalidos cofres da instituição.

As disputas internas entre grupos de sócios e torcedores do clube são antigas. Por ser o maior clube da região, o Tricolor tem em seu quadro social torcedores rivais. Alguns deles, alegam oposicionistas, com vagas no Conselho Deliberativo como beneméritos e eleitos, além de cargos na estrutura da sede social e olímpica. Na gestão Bittencourt, a situação possui 150 cadeiras no CDel.

Por outro lado, os grupos de cada modalidade se reuniram politicamente na aliança dos Esportes Olímpicos, que já era forte quando o pleito era indireto e venceu todas as eleições diretas do Fluminense.

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