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Médico do Corinthians critica protocolo da FPF e alerta sobre Brasileiro

Everaldo tenta passar pela marcação de Diogo Barbosa, durante a partida entre Corinthians e Palmeiras - Rodrigo Coca/Agência Corinthians
Everaldo tenta passar pela marcação de Diogo Barbosa, durante a partida entre Corinthians e Palmeiras Imagem: Rodrigo Coca/Agência Corinthians

Colaboração para o UOL, em São Paulo

04/08/2020 16h06

Para Joaquim Grava, médico do Corinthians, os clubes deveriam ser obrigados a cumprir as recomendações do protocolo do Campeonato Paulista. Em entrevista ao Fox Sports Rádio de hoje, o médico esclareceu o posicionamento do Alvinegro em relação aos testes antes do primeiro jogo contra o Palmeiras e cobrou a Federação Paulista de Futebol (FPF).

"Nós deveríamos ter uma determinação de cumprimento do protocolo, senão não adianta nada. Para que ter protocolo? Quer dizer que o protocolo foi em vão", afirmou Joaquim Grava, que, na sequência, questionou a postura do Palmeiras:

"É muito difícil você manter, por três semanas, os jogadores sem receber um familiar, sem ver os filhos. Nós proibimos tudo isso. Por que a outra equipe dispensou os jogadores? Quem foi o responsável pela dispensa dos jogadores? Não é bem assim, acho que a coisa tem que ser mais séria".

Em relação à postura do clube, que optou por não testar seus atletas antes do jogo de quarta-feira (5), Grava afirmou que não se trata de uma provocação ao rival. Além disso, o médico estranhou a postura do Palmeiras em solicitar a realização do exame.

"Por uma opção de nós fazermos exames semanalmente, nós achamos por bem não fazer exame. Quem deveria fazer exame é o Palmeiras, que liberou os jogadores depois do jogo de domingo e não cumpriu o protocolo que foi estabelecido no início do retorno do Campeonato Paulista. Não foi uma coisa de marketing, uma provocação. Se o Palmeiras não fizesse, o Corinthians iria solicitar, porque a solicitação do direito de fazer o exame é do Corinthians, não do Palmeiras", afirmou o doutor.

"Não acho que houve uma irresponsabilidade (por parte do Palmeiras), mas o não cumprimento do protocolo. E o que me estranha é o Palmeiras não ter cumprido este protocolo e ir na reunião solicitar o exame. Quem teria que solicitar o exame era o Corinthians", completou.

A polêmica começou, conforme publicou o blog do Danilo Lavieri, após o Corinthians avisar que seus jogadores não passariam por novos testes, já que os atletas estão concentrados desde o retorno do futebol durante a pandemia do novo coronavírus. O pedido foi feito pelo presidente corintiano, Andrés Sanchez, em reunião entre os clubes e a Federação Paulista de Futebol.

Através de uma nota oficial, o Corinthians ainda acusou o Palmeiras de desrespeitar o protocolo ao dar folga para seus atletas após as partidas do Estadual.

Em nota assinada por Moisés Cohen, presidente da Comissão Médica da FPF, a entidade afirmou que, por confinar seus atletas, o Alvinegro não precisa testar seus jogadores para a partida de amanhã (5), diferentemente do Alviverde, que optou por não isolar o elenco. Ambos os clubes farão testes antes do segundo jogo da final, no sábado.

A primeira partida da final do Paulistão, entre Corinthians e Palmeiras, será amanhã (5), na Arena, às 21h30.

Preocupação com Brasileiro e caso Bragantino

Para Joaquim Grava, o risco de contaminação durante a realização do Campeonato Brasileiro será "grande". Segundo ele, o protocolo da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) apresentará falhas.

"Apesar de todas as medidas do comitê médico da CBF, nós teremos várias falhas neste protocolo. O atleta pega avião, desce, vai para outro hotel. O risco de contaminação pode ser grande", opinou.

Em relação à divergência nos resultados dos testes para covid-19 do Red Bull Bragantino, Joaquim Grava afirmou que, se fosse o médico do clube, não deixaria os atletas entrarem em campo. Além disso, ele cobrou um posicionamento do hospital Albert Einstein, responsável pelos exames.

"Se eu sou o médico do Bragantino, não jogaria até que comprovasse porque errou o exame. É muito sério este erro. (...) Quantas pessoas não fizeram o exame com esse reagente. Nós estamos dando uma visão para o Bragantino. Acho que o Einstein tinha que se pronunciar. Ficou uma coisa muito chata", afirmou.