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Marcelo Oliveira: 'Equipes de expressão não me chamaram nos últimos anos'

Marcelo Oliveira volta ao Allianz Parque, agora como treinador do Atlético-MG - Rubens Cavallari/Folhapress
Marcelo Oliveira volta ao Allianz Parque, agora como treinador do Atlético-MG Imagem: Rubens Cavallari/Folhapress

Colaboração para o UOL, em São Paulo

25/05/2020 19h36

Bicampeão brasileiro com o Cruzeiro (2013 e 2014) e campeão da Copa do Brasil com o Palmeiras (2015), Marcelo Oliveira admitiu que esperava receber mais convites de grandes equipes do futebol brasileiro - o que não aconteceu. O técnico, que teve seu último trabalho no Fluminense, em 2018, acredita que o fato de não ter um empresário pode interferir na falta de interesse dos clubes.

"Sinceramente, nos últimos dois anos esperava convites de equipes de expressão no cenário nacional e não me chamaram. (...) Alguém pode dizer que o trabalho não foi tão bom nos últimos anos. Mas, eu já trabalhei no Cruzeiro e fui convidado a retornar. Já trabalhei no Coritiba e voltei. No Atlético-MG, também. Tenho amigos que acham que o fato de eu não ter um empresário pode interferir nisso. Eu sempre tratei das minhas coisas e não fico ligando para os clubes. Gostaria de ver meu trabalho sendo reconhecido. Mas, o futebol tem aspectos que fogem da magia do jogo. Tenho uma confiança imensa no meu trabalho, os números demonstram isso. Ano passado escolhi ficar fora nos primeiros meses, priorizar a família. E agora, estou voltando, espero voltar esse ano com tudo", declarou em entrevista ao Expediente Futebol, do Fox Sports.

Polarização no futebol brasileiro

Marcelo Oliveira também afirmou que acredita em um processo de polarização do futebol brasileiro nos últimos anos. Na opinião do treinador, um feito como o atingido por ele no início da década de 2010, quando alcançou duas finais consecutivas da Copa do Brasil à frente do Coritiba (2011 e 2012, ficando com o vice-campeonato em ambas) é muito mais difícil de ser realizado atualmente.

"Depois que a Copa do Brasil passou a ter um prêmio muito maior, e com as equipes que participam da Libertadores entrando mais adiante, fica difícil para equipes sem a mesma receita - mesmo as mais tradicionais - chegarem às fases finais. E eu temo por isso. (...) Temo pela polarização, por algo como acontece na Espanha: o campeonato começa com todo mundo sabendo quais times brigam pelas cinco primeiras posições e dois brigando pelo título. Aqui, pela parte financeira e econômica, que gera estrutura física e técnica para os times, pode haver uma hegemonia de certas equipes com maior poderio financeiro", completou.