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OPINIÃO

Arnaldo: "Corinthians mostra que ciclo virtuoso dos brasileiros é curto"

Do UOL, em São Paulo

22/05/2020 04h00

O Corinthians ensaiou uma hegemonia com a conquista de títulos do Campeonato Brasileiro em 2011, da Libertadores e do Mundial em 2012, mas a série vencedora não durou como acontece no futebol europeu, com o Bayern de Munique, por exemplo. Depois do Mundial no Japão, que teve a final reprisada pela TV Globo no último domingo, o clube paulista passou a gastar, — ainda levantou troféus importantes —, mas se endividou e hoje tem problemas financeiros.

No podcast Posse de Bola #33, o jornalista Arnaldo Ribeiro analisa a dificuldade de clubes brasileiros para a manutenção de uma série hegemônica, o que também aconteceu com o São Paulo, campeão da Libertadores e Mundial em 2005, além de tricampeão brasileiro de 2006 a 2008, mas que entrou em uma série sem títulos, uma vez que a única conquista desde então foi a Copa Sul-Americana de 2012.

"O Corinthians conseguiu outros títulos muito importantes, conseguiu até uma espécie de hegemonia no futebol brasileiro pelo menos, mas aí teve o passo Copa do Mundo e estádio, que o Juca também sempre descreve aqui, que cobra o seu preço até hoje. É quase que esquizofrênico a gente pensar nessa situação de noticiário corintiano na pandemia. Porque são essas notícias financeiras, a palavra colapso se aplica em 2020, porque não entra receita nenhuma e as despesas continuam gigantes, e ao mesmo tempo o interesse em jogadores renomados. O torcedor do Corinthians fica meio perdido no que se apegar daqui para a frente", diz Arnaldo (disponível no vídeo acima a partir de 27:07).

"Acho que aquela situação de 2012 para 2013 exemplifica também que o tal do ciclo virtuoso dos clubes brasileiros é curtinho, curtinho. Ele não dá para você esperar, isso se aplica ao São Paulo, ao Corinthians, ao Flamengo, ao Palmeiras. Ganhei o mundo, estou rico, daqui eu não saio. Nunca foi assim", completa o jornalista.

Arnaldo lembra que, após o título mundial de 2012, o Corinthians gastou alto para investir nas contratações de Alexandre Pato, Gil e Renato Augusto, mas acabou eliminado da Libertadores de 2013 pelo Boca Juniors em uma edição na qual o clube foi punido depois de um torcedor atirar um sinalizador na torcida adversária em jogo contra o San José, em Oruro, na Bolívia, que resultou na morte do jovem boliviano Kevin Spada, de 13 anos.

"A partir da saída da Libertadores tudo muda e saem jogadores. Esse equilíbrio pode ser a saída de um jogador, pode ser a saída de uma competição, pode ser uma má administração. É frágil, no futebol brasileiro ele sempre foi frágil. Não tem hegemonia até hoje, mesmo dos gigantões, por conta desse equilíbrio muito frágil", finaliza Arnaldo.

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