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Pai sai escoltado com criança no colo durante confusão no Mineirão

Torcedor do Cruzeiro com o filho no colo - Reprodução/SporTV
Torcedor do Cruzeiro com o filho no colo Imagem: Reprodução/SporTV

Colaboração para o UOL, em São Paulo

08/12/2019 19h04Atualizada em 08/12/2019 21h21

Um pai precisou proteger seu filho durante a confusão que envolveu bombas, depredação e brigas nas arquibancadas do Mineirão por causa do rebaixamento do Cruzeiro para a Série B do Campeonato Brasileiro. Ele teve que colocar a criança no colo e atravessar o gramado para sair ileso.

O tumulto começou porque o Cruzeiro perdia para o Palmeiras por 2 a 0, resultado que colocava a equipe na Série B. Revoltados, torcedores causaram confusão e a PM (Polícia Militar) entrou em ação. Fumaça e o estrondo de bombas se espalhavam pelo Mineirão quando as câmeras da Rede Globo exibiram o homem tentando proteger o filho.

Ele entrou no gramado para sair em segurança e a caminhada para uma local a salvo do tumulto era feita com escolta de policiais. A criança, deitada no colo do pai, cobria o rosto com um tecido branco, movimento comum quando bombas de gás lacrimogênio são lançadas. Enquanto isso, nos telões do Mineirão, apareciam mensagens solicitando a evacuação do local.

E o caso deste pai não foi um episódio isolado. Durante a confusão, vários torcedores foram carregados, e a brigada do Corpo de Bombeiros prestou atendimento a diversas pessoas. Alguns foram levados para o gramado para receber os cuidados dos socorristas. O tumulto foi tão grande que o árbitro encerrou a partida por falta de condições de segurança.

O jogo foi tenso e muitas famílias sequer compareceram por medo de violência. Estavam certos. Quando o Palmeiras fez o segundo gol com Dudu, começaram a eclodir focos de tumulto que logo evoluíram para o descontrole. Cadeiras eram arrancadas e parte de uma delas foi arremessada no campo.

O jogo era de torcida única e brigas entre os próprios cruzeirenses foram verificadas. Muitas pessoas saíram correndo para as saídas, fugindo do tumulto. A PM logo apareceu para tentar recuperar o controle da situação. O barulho de bombas era ouvido por todos os lados.

Na transmissão da partida, o narrador Cléber Machado classificou a situação como "horrível". Enquanto ele falava, jogadores do Palmeiras abandonaram suas posições em campo para se proteger.

"Está ficando um ambiente tão hostil e tenso no estádio que está entrando para dentro do campo. O Weverton, goleiro do Palmeiras, já saiu do gol", falou Machado, "Estou vendo um comportamento da polícia mais de prevenção, de presença. Muito tenso o clima no estádio do Mineirão".

Torcedores do Cruzeiro se envolvem em confusão na partida que rebaixou o clube - GIAZI CAVALCANTE/ESTADÃO CONTEÚDO - GIAZI CAVALCANTE/ESTADÃO CONTEÚDO
Imagem: GIAZI CAVALCANTE/ESTADÃO CONTEÚDO

A partida ainda chegou a ser reiniciada, mas houve somente cinco minutos de bola rolando. O jogo precisou ser interrompido porque ainda havia tumulto nas arquibancadas. No lado de fora do estádio, grades e cadeiras arrancadas eram depredadas.

Foi meia hora de quebra quebra nas imediações do Mineirão, com a Polícia Militar usando a tropa de choque e a cavalaria. Bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha foram empregadas. Quem não queria confusão se escondia atrás das viaturas.

Policiais militares intervêm durante tumulto na arquibancada na partida que rebaixou o Cruzeiro -  UARLEN VALÉRIO/O TEMPO/ESTADÃO CONTEÚDO -  UARLEN VALÉRIO/O TEMPO/ESTADÃO CONTEÚDO
Imagem: UARLEN VALÉRIO/O TEMPO/ESTADÃO CONTEÚDO