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Caso Daniel: Justiça nega liberdade a Edison Brittes mesmo com tornozeleira

Edison Brittes Júnior chega para audiência do caso Daniel - Reprodução
Edison Brittes Júnior chega para audiência do caso Daniel Imagem: Reprodução

Karla Torralba

Do UOL, em São Paulo

06/12/2019 16h00

Edison Brittes Júnior, que assumiu ter assassinado o jogador Daniel Correa em outubro de 2018, continuará preso. A juíza Luciani Regina Martins de Paula indeferiu hoje (06) o pedido da defesa do réu para que ele deixasse a prisão e passasse a usar tornozeleira eletrônica assim como outros três acusados de participação no crime. A magistrada citou que, se Juninho for solto, testemunhas do caso poderiam mudar seus depoimentos por medo.

Claudio Dalledone Júnior, que representa Brittes e seus familiares Cristiana e Allana, no processo da morte do jogador, havia entrado com pedido de revogação da prisão preventiva de Edison Brittes Júnior na 1ª Vara Criminal de São José dos Pinhais no último dia 2 de dezembro alegando que o réu não prejudicaria mais o curso do processo e que seria facilmente monitorado através de tornozeleira eletrônica.

O advogado usou como exemplo os casos dos outros três réus que foram soltos em outubro nessa condição: David William Vollero, Ygor King e Eduardo Henrique da Silva. Todos eles estavam no Veloster preto que levou o jogador Daniel para a morte em 27 de outubro de 2018 após sessão de espancamento na casa da família Brittes.

Para a juíza Luciani Regina Martins de Paula, a situação de Brittes é diferente dos outros réus acusados de homicídio. Edison também responde por coação de testemunha. "Situação não se assemelha àquela dos corréus citados como paradigma, permanecem vigentes, revelando-se necessária a manutenção da sua custódia cautelar para resguardo da prova a ser levada à apreciação em eventual julgamento perante o Conselho de Sentença. Ao contrário do que sustenta a Defesa, os motivos (suposta coação a testemunhas e suposta alteração de provas) que ensejaram a manutenção da segregação provisória do réu são, sim, o bastante para respaldá-la", diz no documento que indeferi o pedido de revocação da prisão. O Ministério Público também se manifestou contra a soltura o acusado.

A magistrada ainda cita o medo de testemunhas em reação a Brittes. "As vítimas dos fatos de coação, que também são testemunhas oculares do delito mais grave - suposto delito de homicídio qualificado -, manifestaram grande temor do requerente, fato esse que poderá, sim, importar na modificação de seus depoimentos caso o réu seja solto, independentemente de estar com monitoração eletrônica ou não. Logo, conclui-se que o risco de interferência é concreto, e que a aplicação de medidas cautelares se revela insuficiente/ineficaz no caso em tela", conclui.

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