Presidente da Uefa pediu para não haver jogos em países que vetam mulheres

O presidente da Uefa, Aleksander Ceferin, enivou uma carta às federações em outubro pedindo para que não fossem organizadas partidas em países cuja presença de mulheres é vetada. Ontem, no entanto, a Arábia Saudita foi anunciada como sede da Supercopa da Espanha.

Na carta, escrita em 21 de outubro, Ceferin recomendou às federações que "não organizem partidas onde os estádios não sejam totalmente acessíveis às mulheres". Ele não fez referência direta à Arábia Saudita, mas, pelas regras do país, ele estaria dentro do veto sugerido pelo presidente.

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Em setembro, Ceferin, já havia enviado uma carta aos clubes recomendando que não jogassem "em países onde as mulheres tenham acesso restringido". Na ocasião ele citou explicitamente o caso de Sahar Khodayari, a mulher de 29 anos que colocou fogo em si mesma no irã em protesto à restrição às mulheres em partidas de futebol.

"O Comitê Executivo recomendará que as 55 associações nacionais e todos os clubes europeus não joguem em países onde as mulheres têm acesso restrito aos estádios", escreveu em setembro.

Segundo o jornal "Mundo Deportivo", citando "algumas fontes", o presidente da RFEF (Real Federação Espanhola de Futebol), Luis Rubiales, conhecia o conteúdo da carta no momento em que foi enviada, pois estaria presente no Comitê executivo que a aprovou.

Ontem, a RFEF sorteou a Arábia Saudita como sede do torneio europeu, ignorando a carta da Uefa. Sobre a presença de mulheres, o príncipe Abdulaziz bin Faisal bin Turki Abdulaziz Para o Saud, responsável pela área de esporte do país, falou que elas "participam cada vez mais da atmosfera dos estádios".

A Supercopa da Espanha acontece entre os dias 8 e 12 de janeiro de 2020, no estádio Rei Abdullah, em Jidá. Pela primeira vez, contará com 4 equipes: Barcelona (Campeão espanhol), Atlético de Madri (vice-campeão espanhol), Valencia (campeão da Copa do Rei) e Real Madrid.