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Jesus e EI: como o Palmeiras já devolveu mais de R$ 40 mi a Paulo Nobre

Paulo Nobre ainda possui mais de R$ 60 milhões a receber do Palmeiras - Cesar Greco/Ag Palmeiras
Paulo Nobre ainda possui mais de R$ 60 milhões a receber do Palmeiras Imagem: Cesar Greco/Ag Palmeiras

José Edgar de Matos e Rodrigo Mattos

Do UOL, em São Paulo (SP)

10/03/2017 13h44

O Palmeiras diminuiu, nas últimas semanas, boa parte da dívida com o ex-presidente Paulo Nobre. Para devolver R$ 43 milhões ao antigo mandatário, número publicado pelo Blog do Jorge Nicola e confirmado pelo UOL Esporte, o atual campeão brasileiro usou as luvas do acordo com o Esporte Interativo e parte da quantia recebida por Gabriel Jesus.

Segundo apurou o UOL Esporte, o pagamento de mais de R$ 40 milhões a Nobre fez a dívida total diminuir para pouco mais de R$ 60 milhões. Somente de juros, referente aos 10% das receitas mensais, o clube de Palestra Itália economizará mais de R$ 600 mil ao mês graças às receitas extraordinárias recebidas.

Os R$ 40 milhões de luvas do Esporte Interativo, que tem contrato válido com o Palmeiras a partir de 2019, entraram no balanço financeiro do clube neste último mês de janeiro. Grande parte dos R$ 115 mi da venda de Gabriel Jesus ao Manchester City também já se encontram nas contas palestrinas.

De acordo com o atual fluxo de caixa palmeirense, Nobre seguirá recebendo a porcentagem das receitas mensais do Palmeiras. A expectativa, segundo membros do Conselho de Orientação Fiscal, é quitar completamente as dívidas com ex-presidente até o final de 2018 ou 2019.

A atual gestão de Mauricio Galiotte trabalha para diminuir, ainda neste ano, as dívidas do clube. O alto valor do patrocínio com a Crefisa e as receitas elevadas desde o ano passado, especialmente com a bilheteria do Allianz Parque, transmitem confiança para a atual gestão.

Além do acordo em relação ao ganho financeiro palestrino, Nobre ainda possui mais duas maneiras de recuperar o dinheiro investido enquanto presidente. O ex-dirigente pagou do próprio bolso as contratações de Yerry Mina e Róger Guedes, em um total de R$ 14,5 milhões.

Em caso de venda dos dois atletas, Nobre seria ressarcido com o valor gasto anteriormente. Qualquer lucro - Mina, por exemplo, chegou por um acordo de R$ 12 milhões - seria revertido para os cofres palmeirense; o colombiano possui o interesse de clubes do futebol europeu, como Barcelona, que possui prioridade na compra do defensor.

Depois de deixar a presidência palmeirense, Paulo Nobre se afastou do dia a dia do clube. O antigo mandatário possui divergências políticas com o sucessor Maurício Galiotte, especialmente sobre a relação do clube com Leila Pereira, proprietária da Crefisa e recentemente eleita conselheira palmeirense.

Antes da patrocinadora, Nobre investiu dinheiro do próprio bolso para reforçar o Palmeiras. Os gastos alcançaram a casa dos R$ 200 milhões; boa parte deste valor, no entanto, já foi ressarcido, ainda mais depois de repassadas as luvas do Esporte Interativo.