Legado do copo: herança de 2014 rende dinheiro para clubes e chega à CBF
Há um legado da Copa do Mundo de 2014 além das modernas arenas e do trauma pela derrota da seleção brasileira por 7 a 1 para a Alemanha. Uma das principais heranças da organização do Mundial no Brasil está na comercialização de copos temáticos, em estratégia comum no exterior e em outros esportes, mas que só foi "descoberta" pelos clubes há quatro anos.
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Em 2014, os copos personalizados tinham três modelos diferentes: um da Brahma, um da Coca-Cola e um da Budweiser, todos com logomarcas da Copa, da Fifa e alguma representação do jogo em que eram vendidos. Na primeira fase, por exemplo, os itens apresentavam as bandeiras dos países que se enfrentavam. No mata-mata, apenas a indicação da fase e da data da partida. Os preços variavam de R$ 8 a R$ 13.
Os torcedores formavam fila para comprar seus copos, que serviam como souvenirs, como lembranças de um evento marcante. Fãs, voluntários e outros funcionários das arenas chegavam a vasculhar lixos para procurar por itens perdidos. Para colecionar ou para revender. A moda ganhou ainda mais força com os copos das modalidades durante a Olimpíada no Rio de Janeiro em 2016 e, finalmente, chegou aos clubes do país e à seleção brasileira de futebol.
Empresas perceberam o potencial da venda de copos temáticos e resolveram se aventurar no meio esportivo. A M&L Sport Innovation, por exemplo, desenvolveu modelos e planos de comercialização e marketing e passou a procurar dirigentes das equipes. Com o pacote pronto, a inserção no mercado foi mais rápida. Hoje, eles têm 12 clubes como clientes fixos, mais seis pontuais e comemoram a assinatura de um contrato de dois anos com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
"Nenhum clube investia nisso. A primeira reação dos dirigentes sempre foi de tratar como ideia brilhante. Fomos os pioneiros, começando com Atlético-MG, Grêmio e Palmeiras. E a Copa dos copos, como brincamos, trouxe essa novidade para o Brasil. Em um curto espaço de tempo, os números das parcerias muito bons. Não esperávamos", explica Marcelo Pedace, 46, formado em administração e um dos proprietários da M&L.
Ele é sócio do designer Levi Guimarães, 34. A empresa atualmente conta com seus funcionários no escritório em São Paulo, além de uma equipe voltada para o atendimento nos estádios. O próximo objetivo da marca é chegar à organização da Copa América de 2019, que será realizada no Brasil. Entre os times brasileiros, já atendem Flamengo, Cruzeiro, Bahia, Sport, Atlético-PR e Chapecoense, além do Trio de Ferro paulista.
Como os clubes enxergam os copos?
A reportagem do UOL Esporte procurou Palmeiras, Corinthians e São Paulo para entender a importância do investimento nesses copos personalizados. Embora nenhum dos clubes abra os valores recebidos com a venda dos produtos, há uma semelhança na visão sobre o assunto: os copos são um excelente ativo para valorização das marcas e para fidelização dos torcedores. Tudo isso com um custo baixo de produção. Assim, por mais que os lucros não sejam altos, eles representam um nova fonte de renda.
"É uma forma de criar um laço com o torcedor e com um custo benefício ótimo. O ingresso já não é barato no Brasil pelo que é oferecido, então ter um produto barato, de R$ 8 a R$ 10, que vai significar uma lembrança daquele evento, representa muito. O torcedor tira foto, divulga a marca do clube, marca a localização do estádio, presenteia um amigo. Em todos os clubes que trabalhamos, estamos entre as três principais fontes de renda em produtos licenciados. E por mais que os royalties dos clubes não sejam altos, no fim do ano o faturamento é alto. Ainda mais por ser algo que não existia", exalta Pedace.
Copa mantém tradição na Rússia
A Copa do Mundo na Rússia também conta com copos personalizados, repetindo a fórmula vista no Brasil. Na fase de grupos, eles contêm as bandeiras dos países que se enfrentam em cada partida. Depois, apenas as datas e o nome das fases de mata-mata. E são dois modelos diferentes: um de cerveja e um de refrigerante. O primeiro custa 350 rublos (cerca de R$ 22) e o segundo sai por 200 rublos (quase R$ 13). A vontade dos torcedores em colecionar os itens também se repete, com longas filas e disputas por copos perdidos.
*Colaboração de Danilo Lavieri, Luiza Oliveira, Marcel Rizzo e Pedro Ivo Almeida, enviados especiais à Rússia.
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