Copa acaba em Saransk e russos fazem três salários alugando a própria casa
É muito verdade que a Copa do Mundo é uma exposição a novas culturas. Em Saransk, os torcedores experimentaram como era viver em apartamentos dos tempos da União Soviética. O cenário que proporcionou a chance foi a falta de vagas nos hotéis da cidade. Moradores vislumbraram uma oportunidade de ganhar dinheiro e tem gente fazendo três meses de salário nas duas semanas da primeira fase.
Com o término da Copa na cidade, eles retornam para seus lares a partir desta sexta-feira com os bolsos cheios. Evgeny Alekseev colocou seu apartamento no Booking.com há cinco meses e não faltaram clientes. Ele contou que nos quatro jogos do Mundial na cidade hospedou americanos, japoneses e brasileiros.
Embolsou 100 mil rublos (R$ 6 mil) já descontados impostos e as taxas do site. “São três vezes o meu salário.” Evgeny é professor na universidade de Saransk e afirmou que vai usar o dinheiro para pagar a hipoteca que tem do apartamento que comprou na planta para viver com a mulher e a filha. Ele explicou que o imóvel em que moram atualmente tem 26m² e é pouco espaço para três pessoas.
O professor universitário fala que outros amigos também alugaram seus apartamentos, mas houve quem não quisesse por medo dos torcedores causarem problemas. “Muitas pessoas não alugaram de medo de quebrarem ou roubarem. Eu acredito que as pessoas são boas”.
Vitaliy Semenov aproveita a carência de hotéis na cidade desde muito antes da Copa. Ele comprou o imóvel dois anos atrás e fez algumas reformas antes de colocar no booking.com. Durante o torneio, já hospedou americanos e colombianos.
Primeira impressão foi ruim
Os moradores de Saransk que alugam o apartamento têm maneiras diferentes de tratarem os hóspedes. Alguns buscam no aeroporto, outros fazem café da manhã e há até quem empreste um celular com chip local. Diego Lopes não sabia destes mimos quando chegou ao local onde passaria duas noites.
Pelo contrário, a chegada em Saransk na Copa trouxe desconfiança. Acompanhado de três pessoas da família, ele não pôde ir do aeroporto para o apartamento no primeiro táxi que pediu pelo aplicativo porque era um modelo velho e tão pequeno que as malas não cabiam. O torcedor lembra que ao ver o prédio onde ficaria chegou a temer.
“A gente se perguntou se tinha feito a escolha certa. O prédio era velho e mal conservado por fora. Mas quando entramos tudo estava bonito e bem arrumado”.
Os US$ 130 diários (R$ 500) não resultaram em uma espelunca. Mas Diego gostaria que o imóvel fosse maior. Como todos os prédios do comunismo, o que ele está é padrão e fica em um conjunto de edifícios iguais. Os quatro integrantes da família se dividem em 26m² e o quarto é esprimido porque tem uma cama de casal de e um sofá-cama.
Podia não ser o Hilton, mas o torcedor avalia que no final valeu a experiência. Justifica que voltará para casa com história para contar que vão além do que aconteceu nos gramados.
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