Porco, macarrão e arroz no café da manhã. "A Rússia que a Globo não mostra"
Ninguém viaja 14 mil quilômetros e acha que vai encontrar os mesmos costumes. Mas os torcedores brasileiros estão surpresos com o café da manhã com cara de almoço que existe no país da Copa do Mundo. O carioca Célio Castro, 54 anos, que o diga.
“Desci para tomar café da manhã às 8h30 em Rostov e a mulher do hostel me deu um sopão. Tudo de legume que tinha na geladeira estava naquela sopa, mais frango desfiado. Ofereceu também tomate, aquela coisa de sanduíche de McDonald’s... picles. E eu, que nem gosto, matei seis fatias de tomate para não fazer desfeita”.
Célio conta que a sopa desceu bem, mas o que estava por vir ele não encarou. Arregalou os olhos quando percebeu o que estava saindo da geladeira. “Ela tirou um porco. Tipo esses lombos que a empresa dá na cesta de Natal no final do ano. Mas este eu não comi”.
Estas informações de choques culturais não aparecem nas matérias de Copa. São aquelas histórias que os torcedores contam para os amigos e que a internet popularizou com o termo "a Globo não mostra". Bastidores como o café da manhã do hotel em São Petersburgo em que a reportagem do UOL Esporte ficou. Ele também tinha porco. Mas frito.
O cardápio alternativo ainda contava com arroz em um dia e macarrão no outro. O que não variava era a oferta de batata, pepino, tomate, beterraba, cenoura, azeitona e cebola. E este cardápio alternativo não é exclusividade de hostels e hotéis mais simples.
Hotel granfino também tem menu alternativo
O Radisson é uma grife internacional da hotelaria. A unidade de São Petersburgo segue aquele padrão americano de omelete, frios, cereais e sucrilhos. Mas existe uma coisa chamada adaptação local. Isto fez coisas diferentes pararem no buffet à disposição de Renato Gomes, 49 anos.
“Tinha batata com casca, pepino com casca, tomate e coisas que eu nem sei o que são. Mas tem gente de todo mundo lá, precisa agradar diferentes padrões. Eu fiquei feliz com o croissant, era fantástico. E tinha um smothie de berry excelente”.
Guilherme Borges Costa e Cláudio Prates têm 27 anos, são de Belo Horizonte e não estavam no Radisson. No hotel deles em São Petersburgo o café da manhã parecia uma parada de ônibus de beira de estrada. Só havia salgados. Era tanta coisa estranha que kebab se tornou a opção mais familiar.
“Hoje, foi nosso primeiro dia de hotel e veio a surpresa. A única coisa que reconheci foi kebab. Era de frango com molho de alho. Tinha mais alguns salgados, uns pareciam pastel, outros, empanadas”.
Como a Rússia é maior que Plutão, as diversidades são grandes. Kaliningrado é aquela cidade-sede que tem fronteira com a Polônia, mas não tem contato terrestre com o restante da Federação Russa. Nesta cidade, a reportagem do UOL Esporte podia escolher pizza, repolho, salsichão e legumes no café da manhã. Fora os legumes tradicionais.
Com os russos encantados com os brasileiros fica chato dizer não diante de uma insistência sorridente para comer mais. Eles tomam o não como grave desfeita. Sendo assim, tem muito brasileiro dando uma de Célio e comendo coisa que não gosta durante a Copa.
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