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Copa 2018

Brasil fura retranca, faz 3 a 0 na Rússia e alivia Tite contra europeus

Danilo Lavieri e Dassler Marques

Do UOL, em Moscou (Rússia)

23/03/2018 14h55

O placar zerado contra a Inglaterra no final de 2017 assustou. O primeiro tempo fechado nesta sexta-feira (23) parecia deixar a luz de alerta ainda mais intensa. Com paciência, no entanto, e uma boa segunda etapa, a seleção brasileira furou a retranca dos donos da casa e venceu a Rússia por 3 a 0 no estádio Luzhniki, palco principal da Copa do Mundo que se aproxima. Miranda, Philippe Coutinho e Paulinho marcaram os gols da vitória que aliviou a tensão do técnico Tite diante de adversários europeus às vésperas do Mundial.

O próximo compromisso também será diante de uma seleção do Velho Continente. E ainda mais perigosa. O Brasil encara a atual campeã do mundo, Alemanha, na próxima terça-feira (27), em Berlim, no último jogo antes da convocação final para a Copa.

Brasil cria, mas "linha de 5" trava 1º tempo

Gabriel Jesus domina a bola durante a partida entre Brasil e Rússia - Pedro Martins/MoWa Press - Pedro Martins/MoWa Press
Imagem: Pedro Martins/MoWa Press

Após as dificuldades diante da Inglaterra no último jogo da seleção, Tite reencontrou a temida linha de cinco defensores diante da Rússia. Desta vez, um pouco mais de movimentação e, consequentemente, algumas chances. Pauta principal do trabalho pré-Copa do treinador, a organização ofensiva nesta sexta teve Willian e Douglas Costa trocando de lado, Paulinho infiltrando e Gabriel Jesus surgindo quase sempre nas costas da zaga. Mas o placar se manteve zerado nos primeiros 45 minutos. Faltava mais desenvoltura, percebendo-se uma equipe travada em diversos momentos.

Fechada, a seleção russa se lançava ao ataque apenas em contragolpes após erros brasileiros. E assustou Alisson, que trabalhou mais que o esperado na primeira etapa.

Defesa resolve pelo alto e abre espaço

Miranda comemora o gol marcado para o Brasil contra a Rússia - Pedro Martins / MoWA Press - Pedro Martins / MoWA Press
Imagem: Pedro Martins / MoWA Press

A linha de cinco defensiva da Rússia se fez presente novamente após o intervalo. Desta vez, no entanto, o Brasil mostrou paciência e contou com os zagueiros atuando pelo alto para furar a retranca. Após cruzamento da direita, Thiago Silva cabeceou forte e obrigou o goleiro russo a fazer boa defesa; no rebote, Miranda tocou para o gol e fez 1 a 0, aos sete minutos. Foi a senha que abriu o caminho para o ataque brasileiro selar o triunfo em 13 minutos. Com Coutinho melhor e Paulinho inspirado, a equipe fez ainda mais dois gols, fechando a vitória por 3 a 0.

A fragilidade russa ficou exposta no pênalti cometido sobre Paulinho, que Coutinho cobrou e fez 2 a 0, aos 17 minutos, bem como no cruzamento de Willian para o mesmo Paulinho fechar o placar, aos 20minutos.

Recuado, Coutinho demora a engrenar em nova função

Philippe Coutinho - Pedro Martins / MoWA Press - Pedro Martins / MoWA Press
Imagem: Pedro Martins / MoWA Press

Peça-chave na montagem de Tite para o jogo desta sexta, Philippe Coutinho experimentou uma nova função na seleção. Mais recuado, ele se posicionava próximo ao círculo do meio de campo. O meia do Barcelona buscava a bola, mas tinha dificuldades para dar sequência aos lances e se aproximar da área no primeiro tempo. Quem cumpria esse papel mais próximo dos atacantes acabava sendo Paulinho.

Na segunda etapa, ele se aproximou da linha ofensiva, mostrou mais desenvoltura e resolveu. Participou do lance que gerou o escanteio no primeiro gol e cobrou o pênalti que fez 2 a 0.

Temperatura negativa, mas sem neve

Após pegar -16ºC em 2006, a seleção voltou a jogar em Moscou. O frio era mais ameno, com a temperatura de -1ºC no jogo de 2018, mas a situação incomodava. O banco aquecido ajudava os reservas, mas dentro de campo a situação era gelada. A previsão de neve, no entanto, não se confirmou, facilitando o jogo. Entre os torcedores, muitos agasalhos. O cachecol era peça quase obrigatória entre os presentes. O público, aliás, não foi um ponto alto da partida. Mesmo com a seleção dona da casa e o Brasil, o estádio palco da abertura e da final mostrou muitos espaços vazios.

Paulinho volta ser destaque com Tite

Paulinho comemora gol marcado para o Brasil contra a Rússia - REUTERS/Sergei Karpukhin - REUTERS/Sergei Karpukhin
Imagem: REUTERS/Sergei Karpukhin

O Brasil voltou a ter Paulinho como um das principais armas. A chegada à frente do volante dava ao Brasil um reforço para furar a linha de 5 bastante rígida à frente da área russa. Ele participou dos dois últimos gols e ainda apareceu como pivô para quase marcar outro. Só não o fez porque parou em Akinfeev. Depois, em jogada de William, finalmente fez o seu e deixou o gramado dando ainda mais certeza a Tite que merece o cargo de titular absoluto.

O pior: Daniel Alves

Daniel Alves domina a bola no peito durante a partida entre Brasil e Rússia - (AP Photo/Alexander Zemlianichenko - (AP Photo/Alexander Zemlianichenko
Imagem: (AP Photo/Alexander Zemlianichenko

Peça importante no início da era Tite, Daniel Alves voltou a ter atuação abaixo da média diante da Rússia. Com erros na defesa e decisões equivocadas no ataque, foi o jogador com a atuação mais irregular da seleção nesta sexta. Não foi eficiente no apoio e ainda perdeu bolas que geraram ataques perigosos do adversário.

Douglas Costa passa em teste e fica perto da Copa

Douglas Costa domina a bola acompanhado da marcação russa - AP Photo/Pavel Golovkin - AP Photo/Pavel Golovkin
Imagem: AP Photo/Pavel Golovkin

Entre as presenças que geravam maior expectativa, o atacante da Juventus se saiu bem. Escalado para a vaga de Neymar, se mostrou à vontade e levou a melhor em duelos contra Samedov e Kutepov. Bons dribles, velocidade e o posicionamento que Tite gostaria, em Moscou, deixaram Douglas ainda mais perto da vaga na Rússia. Além dele, outro nome testado teve boa atuação: Thiago Silva - seguro atrás e com cabeçada decisiva no primeiro gol.

RÚSSIA 0 x 3 BRASIL

Data: 23 de março de 2018 (sexta-feira)
Local: Estádio Luzhniki, em Moscou (Rússia)
Gols: Miranda, aos 7 minutos do segundo tempo, Philippe Coutinho aos 17, e Paulinho aos 20

Rússia
Akinfeev; Kutelov, Praiat e Kudryamov; Miraiyak, Plumakov, Kombarov (Zhirkov), Zoryanin e Samedov (Smolnikov); Polovin e Smolov (Zabolotnyi)
Técnico: Stanislav Cherchesov

Brasil
Alisson; Daniel Alves (Fagner), Miranda (Geromel), Thiago Silva e Marcelo; Casemiro, Paulinho (Renato Augusto), Willian (Taison), Philippe Coutinho (Fred) e Douglas Costa; Gabriel Jesus (Roberto Firmino)
Técnico: Tite

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