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Dívida de clubes com CBF triplica durante a pandemia após ajuda emergencial
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Com Igor Siqueira
A dívida dos clubes com a CBF triplicou durante os dois anos de pandemia de coronavírus: atingiu a marca de R$ 109,9 milhões. É o que revela o balanço da entidade de 2021. A explicação é a linha de empréstimo aberta pela confederação para os clubes para ajudá-los a enfrentar a crise financeira gerada pela pandemia.
Antes do coronavírus, o débito dos clubes com a CBF vinha reduzindo ano a ano porque havia mudado a política de concessão de empréstimo. Ao final de 2019, a entidade era credora de R$ 35,6 milhões dos times.
Em junho de 2020, a confederação anunciou a abertura de uma linha de empréstimos de R$ 115 milhões para os times. A maior parte era destinada a equipes da Série A. Os mútuos eram sem juros e seriam descontados de cotas da Copa do Brasil e até do Brasileiro. A única obrigação era não ter excesso de valores antecipados.
No balanço de 2020, a confederação já registrou um aumento dos débitos dos filiados especiais (clubes) para R$ 46,5 milhões. Mas o maior crescimento ocorreu em 2021 com o salto para R$ 109,9 milhões. Para as federações, o aumento de empréstimo foi bem menor: chegou apenas a R$ 3 milhões.
Houve também um aumento dos créditos com patrocinadores. Agora, a entidade tem direito a receber R$ 121 milhões.
Com isso, houve uma redução do dinheiro em caixa da CBF. Mas isso esteve longe de afetar a saúde financeira da entidade já que havia muitos recursos no banco. Em 2021, a CBF tinha em caixa R$ 723 milhões, o que representa R$ 150 milhões a menos do que no ano anterior.
Com todos os números considerados, a confederação ainda tem uma dívida líquida negativa. Ou seja, tem muito mais dinheiro em caixa ou para receber do que compromissos a pagar. A relação é até mais saudável do que no ano anterior.
Mas o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, disse que pretende resolver problemas pendentes de anos como processos judiciais, cíveis, trabalhistas e tributários. Chegou a citar a cobrança da Coca-Cola, ex-patrocinadora da seleção, cuja ação se desenrola há cerca de 20 anos.
"Temos que procurar discutir os problemas da entidade, chamando aqueles que a CBF tem débito e também os que é credora. Temos que ajustar essas questões. Tem contencioso na área cível, trabalhista e tributária. As pessoas que a CBF deve, não vamos ter a cultura de contencioso, de carregar situações. Nós vamos buscar aqueles credores para que possamos resolver. Essa situação vai refletir nos resultados financeiros", disse Ednaldo. Ele não citou os clubes.
O balanço da entidade registra R$ 353 milhões em provisões para contingências, isto é, valores de processos onde a perda é provável. Mas a CBF já depositou quase esse valor integralmente em juízo, sendo a maior parte referente a cobranças do governo federal de Cofins.
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