Rodrigo Mattos

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Queda do jogo do Flamengo não está só na conta de Tite: estrelas erram tudo

Os tropeços recentes colocaram enorme pressão sobre o Flamengo no clássico contra o Botafogo. Teoricamente mais descansado, ao poupar atletas no meio de semana na Libertadores, o time rubro-negro entregou quase nada ofensivamente e foi derrotado por estocadas alvinegras precisas. Qual o tamanho da responsabilidade de Tite? E dos atletas?

É meio óbvio que existe uma oscilação significativa no rendimento do time nas últimas semanas após a conquista do estadual (lembremos, invicto e sem tomar gols com titulares). Há aspectos físicos já discutidos, mas não é só isso. Como já dito aqui, classificar o trabalho do treinador como imprestável é uma insanidade. Mas há erros.

O Flamengo iniciou o jogo com domínio territorial da partida e impedindo o Botafogo de criar, como no Carioca. Houve triangulações e movimentações para gerar vantagens em uma defesa fechada do rival que jogava para se defender.

Só que, em todas as jogadas, Luís Araújo, Bruno Henrique, Pedro e Arrascaeta erravam as opções, os passes ou as conclusões. Escolhas e execuções eram de baixíssimo nível. O ponta direita teve uma chance clara de gol que não dominou e mandou para fora. Desperdiçou outros três lances em que esteve individualmente com espaço.

Arrascaeta se arrastava em campo: errou todos passes, chutes e cruzamentos. Pedro pouco participou como pivô para tabelas ou como presença de área para conclusão. Restavam a disposição e as arrancadas de De la Cruz.

O calor era fortíssimo e pode-se dizer que prejudicaria mais o Botafogo, que atuara completo no meio de semana. O jogo se tornava lento e caminhava para um fim insípido de primeiro tempo.

Na volta do intervalo, uma boa jogada ensaiada feita pelo técnico alvinegro, Artur Jorge, resultou em cruzamento de escanteio para Luiz Henrique bater com categoria no canto. Ele acertou no momento decisivo, exatamente como os rubro-negros não o faziam.

A partir daí, o Flamengo apresentou uma falta de variações de jogadas ofensivas, o que é responsabilidade de Tite. Insistia-se com as triangulações marcadas pelo Botafogo. Diante do cansaço, transformaram-se em cruzamentos altos aleatórios, pouco para o time.

Houve trocas com as saídas de Pulgar por Allan, Luís Araújo por Gerson e Arrascaeta por Lorran. Pouco efeito tiveram. Só uma cabeçada próxima ao gol, entre outras bolas altas.

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Com o time todo aberto, o Botafogo fez o segundo com Savarino após Diego Hernadez roubar a bola de Fabrício Bruno. Há uma discussão sobre se o lance foi falta, mas a decisão de Raphael Claus foi acertada. Manteve o seu padrão de só marcar contatos mais duros, e não era lance para VAR.

Há um exagero nos ataques a Tite, mas há críticas muito pertinentes, principalmente as que questionam o jogo ofensivo dele. Tanto as suas variações de jogadas quanto suas escolhas de jogadores não têm funcionado. Seus créditos ganhos no estadual já acabaram na arquibancada, seja isso racional ou não.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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