Corinthians tem ano de 2023 no vermelho ao voltar a pagar por estádio
O balanço do Corinthians de 2023 indica um pequeno superávit perto de R$ 1 milhão. Teoricamente, isso significaria que o clube gastava dentro de suas possibilidades. Só que essa realidade muda quando se inclui a Neo Química Arena na conta: o ano foi de prejuízo alvinegro.
E, feitos todos os cálculos, o aumento de receita - atingiu R$ 1 bilhão na temporada passada - não muda o fato de que há mais dívidas para pagar ao final de 2023 do que havia no ano anterior, principalmente impostos e jogadores e agentes.
A gestão do presidente Augusto Melo estabeleceu como política incluir a arena dentro das contas do clube. Isso torna mais claro o tamanho do buraco e a necessidade de cortes de despesas para pagá-la. Até agora, isso não foi feito.
Para entender as contas, a Neo Química Arena gerou R$ 66,8 milhões em receitas em 2023, considerados aí patrocínios (naming rights), explorações comerciais. Descontadas as despesas, sobram R$ 46,8 milhões como resultado positivo da Arena.
O problema é que o empréstimo da Caixa obriga o pagamento de R$ 97,8 milhões - são quatro parcelas por ano na casa de R$ 25 milhões. A conta negativa da arena, portanto, seria de R$ 51 milhões.
Na realidade, o estádio gera, sim, dinheiro suficiente para pagar a conta desde que considerada a bilheteria. A arrecadação de jogos foi de R$ 91 milhões. Descontadas as despesas, sobram R$ 50,9 milhões, repassados ao fundo que administra a arena.
Somado tudo, a arena tem renda de R$ 157,8 milhões, e despesas totais de 157,9 milhões. Ou seja, praticamente, arrecadou-se o suficiente para pagar o estádio.
Mas, sem a receita de bilheteria, o Corinthians passa de um pequeno superávit para um prejuízo. No final, considerada a arena, o clube ficou no vermelho em R$ 50 milhões.
Não por acaso: a dívida corintiana aumentou em alguns itens, como tributos e exploração de imagem. Pior, o balancete de 2024 também registra aumento significativo do débito com fornecedores.
Há formas diferentes de calcular a dívida de clubes. Pelo método tradicional, de dívida líquida (passivo total menos ativo circulante e recebíveis), o Corinthians teve queda do valor do débito mesmo considerando a arena:
2023 - R$ 1,588 bilhão
2022 - R$ 1,596 bilhão.
Mas a explicação é que o clube terá mais dinheiro para receber por conta de contratos novos como o de placas da Brax.
Tanto que, considerada a dívida bruta, houve crescimento. Os compromissos a pagar do Corinthians, portanto, estão na casa de R$ 2 bilhões.
2023 - R$ 1,968 bilhão
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Quero receber2022 - R$ 1,764 bilhão
Como resumo, o Corinthians aumentou sua receita a casa de R$ 1 bilhão, mas a vê comprometida com o pagamento de compromissos que são o dobro desse valor.
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