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Rodrigo Mattos

REPORTAGEM

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Números da Fifa mostram queda em contratações e desmentem 'maior janela'

Manchester United confirma camisa 7 de Cristiano Ronaldo - Divulgação/Manchester United
Manchester United confirma camisa 7 de Cristiano Ronaldo Imagem: Divulgação/Manchester United

08/09/2021 04h00

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As transferências de Messi, Cristiano Ronaldo, Lukaku e Grealish geraram a crença de que se tratava da maior movimentação de contratações da história neste meio de ano. Na realidade, os números da Fifa mostram que houve uma queda no valor gasto com jogadores até em relação ao auge da pandemia de coronavírus.

Lembremos que, dos quatro jogadores citados acima, Messi saiu de graça do Barcelona para o PSG, Ronaldo foi para o United por um valor bem inferior a suas transferências anteriores. Lukaku e Grealish, sim, geram negócios acima de 100 milhões de euros. É uma tônica de mercado o aumento das trocas de clube sem dinheiro envolvido.

No total, no meio de 2021, houve um total de US$ 3,72 bilhões gastos com contratações de jogadores. Representa uma queda de 7,5% no que tinha sido investido no meio do ano passado, auge da pandemia.

É um patamar bem mais baixo do que o pico de US$ 5,8 bilhões (R$ 30 bilhões) do ano de 2019. Naquele momento, havia um crescimento ano a ano do valor investido em contratações.

Em termos de total de transferências, os números também se mantiveram abaixo do pico. Houve um total de 7.748 trocas de times internacionais, número parecido com o ano passado, e bem inferior aos 9 mil de 2019.

"De qualquer foram, a pandemia de Covid-19 continua a ter um impacto negativo no futebol em 2021. Uma das consequências foi que o número de transferências do futebol masculino continuou baixo (do mesmo nível verificado no ano passado) e as taxas por transferências continuaram a tendência de queda registrada em 2020", diz o relatório da Fifa.

Ao se destrinchar os números, o Brasil aparece continua a aparecer como um mercado secundário em termos de gastos com contratações. Não aparece nem entre os 10 países com maior investimento. Em compensação, é o sétimo país com maior receita em transferências: US$ 173 milhões (R$ 900 milhões).

A discrepância é uma tônica do mercado sul-americano. Os países da Conmebol gastaram apenas US$ 37 milhões com contratações, e receberam US$ 337 milhões. Ou seja, vendeu nove vezes mais do que comprou em direitos de atletas.