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Rodrigo Mattos

Vendas de jogadores para exterior despencam após Covid e complicam clubes

02/10/2020 17h59

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As negociações de jogadores de times brasileiros para o exterior despencaram depois do início da pandemia de Covid. É o que mostra um relatório da CBF com os valores de transferências da atual temporada divulgado nesta sexta-feira. Esse movimento vai abalar os cofres de todos os clubes que dependem de transações para fechar as contas do ano.

Há apenas uma notícia positiva para os times brasileiros: a alta do euro amenizou o pequeno volume de vendas após a crise do coronavírus pois aumentou o dinheiro em real.

O relatório da CBF aponta que os clubes nacionais arrecadaram um total de R$ 931 milhões com vendas e empréstimos até setembro de 2020. Só que a maior parte desse valor foi na primeira janela no início do ano antes da pandemia se alastrar: R$ 641 milhões.

Depois disso, houve R$ 220 milhões em negociações fora do período. E, na janela extra de transferência aberta pela CBF, foram apenas R$ 70 milhões em operações de empréstimos e vendas feitas pelos clubes (ou 11 milhões de euros). As vendas foram tão baixas que os times brasileiro gastaram mais com importações de atletas.

Para efeito de comparação, a janela de transferência do meio do ano passado gerou R$ 532 milhões, o que representava 116 milhões de euros pois a cotação da moeda europeia girava em torno de R$ 4,5.

Essa janela do meio de temporada costuma ser a mais lucrativa para os clubes brasileiros porque é quando os grandes europeus vão às compras. Só que isso não ocorreu esse ano com o abalo nos cofres dos times do exterior, assim como ocorreu no Brasil.

Em reais, no período até setembro, a diferença entre o valor arrecadado em 2019 (R$ 977 milhões) e neste ano (R$ 931 milhões) não é tão significativa. Mas isso só ocorre por conta da cotação do euro. E é claro o sinal de queda na movimentação após o início da pandemia. Ou seja, será também mais difícil fazer negociações no final do ano para fechar o caixa.