Rafael Reis

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Ex-Fla, goleiro passou 2 anos no exército de Israel e 'escapou' da guerra

Assim como os outros nove milhões de habitantes de Israel, o carioca Daniel Tenenbaum teve a vida impactada pela nova onda de conflitos entre o país e grupos terroristas pró-Palestina, em especial o Hamas.

Mas se a guerra tivesse estourado três anos antes, o envolvimento do goleiro revelado nas categorias de base do Flamengo teria sido muito maior. E talvez até ele estivesse pegando em armas e participando de ataques contra a Faixa de Gaza.

Afinal, entre 2018 e 2020, Tenenbaum precisou conciliar os treinos e jogos do Maccabi Tel Aviv, time que defende há oito temporadas e pelo qual já conquistou dois títulos da primeira divisão nacional, com a rotina militar do exército israelense.

Serviço militar obrigatório

Em 2016, depois de disputar uma Copa São Paulo e participar de apenas um jogo oficial pela equipe principal do Flamengo, o goleiro resolveu mudar de ares e tentar a sorte no futebol de Israel.

Por ter família de origem judaica, Tenenbaum recebeu a cidadania israelense. E, com ela, veio a obrigatoriedade de servir ao exército do país, obrigação comum a todos os cidadãos adultos residentes no país.

Durante 24 meses, o jogador fez visitas regulares (diárias, durante a maior parte do tempo) aos quartéis para receber treinamento militar e se colocar à disposição do governo de Benjamin Netanyahu.

Por conta de um acordo entre o Maccabi Tel Aviv e o exército, o goleiro teve direito a licenças especiais para viajar e poder defender seu clube e também realizou mais trabalhos administrativos nas Forças Armadas do que atividades que gerassem um desgaste físico que pudesse prejudicar sua performance como atleta.

Risco de ir para guerra?

Apesar de ter feito parte do exército durante dois anos, Tenenbaum não corre risco (pelo menos neste momento) de ser convocado para lutar no novo capítulo da longa batalha travada entre israelenses e árabes no Oriente Médio.

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Em rápido contato por telefone com o "Blog do Rafael Reis", o ex-goleiro do Flamengo afirmou que não é reservista, ou seja, que não faz parte do primeiro cadastro de ex-integrantes do exército que podem ser acionados no caso de uma emergência -mais de 360 mil membros dessa lista já foram convocados para o combate desde o início da guerra.

Tenenbaum disse também que continua em Tel Aviv, cidade onde reside desde que se mudou para Israel, enquanto aguarda o desenrolar os conflitos.

Impacto no futebol

Por conta dos conflitos armados nos territórios de Israel e Palestina, o Campeonato Israelense foi interrompido há cerca de duas semanas e ainda não tem previsão de retomada.

Até o momento, somente cinco das 26 rodadas previstas para esta temporada já foram disputadas. O líder da competição é justamente o Maccabi Tel Aviv, time de Daniel Tenenbaum, com 13 pontos, três a mais que o Hapoel Haifa, segundo colocado.

Também devido à guerra, os compromissos de todas as seleções israelenses (da sub-17 à principal) foram adiados pela Uefa por tempo indeterminado. A entidade também transferiu para o fim de novembro/começo de dezembro os jogos que Maccabi Haifa (Liga Europa) e Maccabi Tel Aviv (Conference League) disputariam nesta semana por competições continentais.

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