Com escassez, ex-atacante do Grêmio vira opção para a lateral da seleção

Daniel Alves já tem 39 anos e está preso na Espanha. Danilo é cada vez mais utilizado como zagueiro na Juventus. E não há, nos clubes nacionais e nem mesmo espalhados pela Europa, opções tão confiáveis como um dia foram Cafu, Jorginho ou Maicon.

Para o ciclo da Copa do Mundo-2026, poucas posições despertam tantas incertezas quanto a lateral direita. As opções para o setor são escassas: Emerson Royal (Tottenham), Vanderson (Monaco), Arthur (América-MG, mas já negociado com o Bayer Leverkusen). E nenhuma delas passa perto de ser uma unanimidade.

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No meio desse cenário de crise que o próximo técnico da seleção irá encontrar assim que for contratado, a solução para resolver o problema da "camisa 2" canarinho pode vir de onde menos se espera.

Atacante pela esquerda nos tempos em que destacava no Grêmio, Pepê tem sido cada vez mais utilizado como lateral direito pelo Porto.

A escalação do jogador de 26 anos na linha de defesa virou uma opção do técnico Sérgio Conceição quando ele precisa levar a campo uma formação mais ofensiva e deseja ter laterais de maior presença no campo de ataque.

Ainda que continue sendo utilizado na maioria das partidas como o ponta que sempre foi, o brasileiro já iniciou oito partidas em 2022/23 como lateral direito. Em várias outras, acabou deslocado para o setor durante o segundo tempo.

Pepê atuou na linha defensiva em algumas das partidas mais importantes da temporada, como os dois confrontos com o Atlético de Madri na fase de grupos da Liga dos Campeões da Europa e no empate sem gols com a Inter de Milão, que provocou a eliminação do Porto no torneio continental.

Como o ex-Grêmio não parece ter muitas chances de competir em sua posição de origem (que conta, por exemplo, com Vinícius Júnior e Gabriel Martinelli), convocá-lo para a lateral direita também seria uma forma de evitar sua ida para uma outra seleção.

Nascido em Foz do Iguaçu (PR), na fronteira com o Paraguai, Pepê também possui cidadania paraguaia e vem sendo "namorado" pela seleção guarani. A Itália, desesperada por opções para reforçar seu elenco e voltar aos Mundiais depois de duas edições ausente, é outro país que também gostaria de convocá-lo.

Por enquanto, o brasileiro não tem cedido à pressão porque continua tendo como prioridade jogar pela nação onde nasceu, seja como atacante, seja como lateral. A questão é até quando ele optará por esperar.

Derrotado por Marrocos em seu primeiro compromisso oficial depois do Qatar-2022, a seleção volta a se reunir novamente em junho para a segunda Data Fifa do ano, que deve ser preenchida com um ou dois amistosos. Os adversários, no entanto, ainda não foram anunciados pela CBF.

Também não está certo se o Brasil contará novamente no banco de reservas com Ramon Menezes, que dirigiu o time interinamente na derrota de sábado, ou se já terá um novo treinador efetivo (o preferido da entidade, Carlo Ancelotti, hoje no Real Madrid, não ficará disponível antes do fim da temporada europeia, na melhor das hipóteses).

As eliminatórias sul-americanas para a Copa-2026 começam em setembro. Na primeira rodada dupla do torneio, o time canarinho jogará contra Bolívia (em casa) e Peru (fora).

O próximo Mundial será o primeiro da história com a participação de 48 seleções (16 a mais do que o formato que vinha sendo utilizado desde a França-1998). Com a ampliação no número de países, a América do Sul terá direito a seis vagas diretas e uma para participar da repescagem.