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Rafael Reis

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

7 motivos para Luis Enrique ser o próximo técnico da seleção

Luis Enrique comandou a Espanha na Copa do Qatar-2022 e agora é alvo da seleção - David Bustamante/Getty
Luis Enrique comandou a Espanha na Copa do Qatar-2022 e agora é alvo da seleção Imagem: David Bustamante/Getty

22/01/2023 04h00

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A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) ainda não anunciou quem será o substituto de Tite que comandará a seleção mais vitoriosa da história no ciclo da Copa do Mundo de 2026, organizada por Estados Unidos, Canadá e México.

A entidade já elegeu uma lista de favoritos para o cargo e agora pretende conversar com cada um deles para discutir a chance de contratá-los.

Mas um nome já desponta como um dos favoritos nesse ainda incerto cenário. Das possibilidades analisadas pela entidade que comanda o futebol brasileiro, Luis Enrique, comandante da Espanha no Mundial do Qatar-2022, está na briga.

O "Blog do Rafael Reis" apresenta abaixo sete motivos que justificariam o espanhol de 52 anos na seleção.

MEDALHÃO POSSÍVEL

Os dois verdadeiros sonhos da CBF para o cargo eram Pep Guardiola e Carlo Ancelotti. No entanto, ambos recusaram a investida inicial feita pela seleção (a entidade ainda pretende insistir um pouco mais com o italiano, mas dificilmente conseguirá algo) porque pretendem continuar trabalhando em seus clubes atuais, Manchester City e Real Madrid, respectivamente. Outra unanimidade no mercado internacional de treinadores, o alemão Jürgen Klopp nem chegou a ser procurado, mas também não deixaria o Liverpool para uma carreira à frente do Brasil. Apesar de não estar no mesmo patamar histórico de resultados dos três nomes citados acima, Luis Enrique também é um medalhão, mas que está a alcance da amarelinha.

DISPONIBILIDADE IMEDIATA

O espanhol está desempregado desde que foi eliminado da Copa-2022, por Marrocos, nas oitavas de final. Por conta disso, está disponível para assumir a seleção imediatamente e já treiná-la na primeira Data Fifa de 2023, em março, em amistosos contra adversários ainda indefinidos. O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, já afirmou publicamente que não gostaria de iniciar o novo ciclo com um treinador interino e que pretende ter alguém efetivo no banco de reservas já nesses compromissos iniciais. Ao contrário de Luis Enrique, Ancelotti e José Mourinho (Roma) estão presos a contratos e, mesmo que se disponham a assumir o Brasil, só o fariam no meio do ano, depois do fim da temporada europeia.

VENCEDOR DE CHAMPIONS

Não é muito comum ver um treinador vencedor da Liga dos Campeões da Europa se arriscando no mercado de seleções, que é visto como "algo menor" lá no Velho Continente. Dos comandantes atuais das principais equipes nacionais do planeta, apenas Hansi Flick (Alemanha) lá levantou o troféu do torneio de futebol interclubes mais importante do planeta. Só que Luis Enrique também tem uma "Orelhuda" no currículo. Era ele o técnico do Barcelona na última vez que o clube catalão venceu a Champions, na temporada 204/15, que marcou a consagração do trio MSN, formado por Lionel Messi, Luis Suárez e Neymar.

POUCA REJEIÇÃO

Todas as características citadas acima também se aplicam a Zinédine Zidane, outro dos candidatos que estão sendo analisados pela CBF. Só que, ao contrário de Luis Enrique, o ex-técnico do Real Madrid tem uma histórica rejeição aqui no Brasil. Afinal, poucos jogadores na história do futebol mundial castigaram tanto a seleção quanto o antigo camisa 10 francês. Zidane foi o algoz da equipe canarinho em duas Copas. Na final de 1998, marcou dois gols e decidiu o jogo. Já nas quartas de final de 2006, não balançou as redes, mas teve uma atuação apoteótica em outra vitória dos Bleus.

IDIOMA NÃO É PROBLEMA

Ainda que o idioma não tenha força de questão eliminatória no processo de escolha do substituto de Tite, a CBF tem uma preferência clara por treinadores cuja língua não seja uma barreira de comunicação com os jogadores. Luis Enrique ainda não fala português, mas o espanhol tem raízes bastante semelhantes às do nosso idioma e é facilmente compreendido pelos atletas brasileiros. O mesmo não aconteceria com um técnico que só conseguisse se comunicar em inglês, alemão, francês ou italiano e que, consequentemente, precisasse de um interprete/tradutor para passar suas orientações ao elenco.

TIKI-TAKA COM DRIBLES

O jogo de troca incessante de passes praticado pela Espanha durante o Mundial do Qatar-2022 muitas vezes se mostrou estéril e incapaz de abrir espaço em defesas bem fechadas. Mas isso não significa que o tiki-taka seja um estilo necessariamente ruim e datado. Casso seja a escolha da CBF, Luis Enrique terá à disposição na seleção brasileira jogadores mais agudos pelo lado de campo, como Antony e Vinícius Júnior, capazes de partir para cima dos marcadores adversários, driblá-los e oferecer um importante fator de desequilíbrio para quando o simples controle da bola não for suficiente para produzir oportunidades de gol.

ACOSTUMADO COM PRESSÃO

Dirigir a seleção brasileira não é tarefa para qualquer um. A rica história de títulos e grandes jogadores do futebol pentacampeão mundial faz com que a torcida e a imprensa sempre cobrem demais do homem escolhido para conduzir os jogadores que vestem a amarelinha. Só que Luis Enrique está mais do que acostumado a lidar com pressão. O cara disputou três Copas do Mundo como jogador, trabalhou em um Mundial como técnico, vestiu durante cinco temporadas a camisa do Real Madrid e teve coragem suficiente para trocar os merengues por seus históricos arquirrivais -jogou mais oito anos no Barcelona, onde encerrou a carreira.