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Rafael Reis

REPORTAGEM

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Sem Messi, mas com base campeã: o que esperar da Argentina na Copa-2026?

19/12/2022 04h00

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Há vida sem Lionel Messi? É essa a pergunta que a Argentina, agora tricampeã mundial, terá de responder no ciclo preparatório para a Copa-2026, que será organizada por Estados Unidos, Canadá e México.

O melhor jogador do Qatar-2022 já havia avisado antes mesmo de a bola rolar no Oriente Médio que essa seria sua despedida da competição, já que não acredita que conseguirá sendo competitivo daqui a três anos e meio, nos arredores do seu 39º aniversário.

Sem o camisa 10, a pedra fundamental de todo o jogo argentino construído ao longo da última década e meia, a seleção albiceleste terá de se reinventar para continuar reivindicando o posto de número um do planeta.

Como não existe fora da convocação para a recém-encerrada Copa nem mesmo nas equipes de base algum jogador argentino com o mesmo nível de talento e características semelhantes que o craque do Paris Saint-Germain, a equipe sul-americana deve intensificar o jogo coletivo e se tornar mais dependente das jogadas de contra-ataques.

Uma possível solução para amenizar esse problema (não resolvê-lo, que fique bem claro) é abandonar o esquema com três atacantes, já que Ángel di María também não deve continuar na seleção, e passar a jogar no 4-4-2.

Nessa formação, o "substituto" de Messi seria Giovani Lo Celso, que não foi ao Mundial por causa de problemas físicos. Na verdade, ele atuaria como segundo homem de meio-campo e daria mais liberdade para Rodrigo De Paul e Alexis Mac Allister criarem pelos lados do campo.

Se a Argentina optar por jogar dessa forma, o mais provável é que ela passe a ter uma dupla de ataque formada por Julián Álvarez, destaque no Qatar-2022 e peça-chave na era pós-Messi, e Lautaro Martínez, que sai em baixa do torneio por causa dos gols perdidos, mas que continua sendo o centroavante argentino mais consolidado no cenário internacional.

Uma outra opção a ser estudada é manter a ideia de uma trinca ofensiva, com a entrada de Ángel Correa, atacante velocista e de muita dedicação, no lugar de um dos meias, e o deslocamento de Álvarez para a ponta (função em que é mais utilizado no Manchester City).

Se o ataque argentino vive dias de incerteza por causa do adeus de Messi, o sistema defensivo deve ter bem menos problemas no novo ciclo.

O único titular do setor que não tem idade para termos certeza de que pode permanecer na seleção por mais três anos e meio é Nicolás Otamendi (34 anos). Mas seu substituto atual, Lisandro Martínez (24), do Manchester United, não só já estava no elenco, como deveria, na opinião de muita gente, já ter sido priorizado pelo técnico Lionel Scaloni.

O goleiro Emiliano Martínez (30), um dos heróis da conquista do tri, o lateral direito Nahuel Molina (24), o zagueiro Cristian Romero (24) e o lateral esquerdo Nicolás Tagliafico (30) têm totais condições físicas de se manterem relevantes no novo ciclo e só devem perder espaço se sofrerem quedas drásticas de rendimento.

Após a histórica vitória por 4 a 2 sobre a França, nos pênaltis, após empate por 3 a 3 ao fim da prorrogação, a Argentina ainda não tem compromissos marcados para a próxima temporada. No entanto, o reencontro da seleção deve acontecer em março, na primeira Data Fifa de 2023.

Possível Argentina para Copa-2026: Emiliano Martínez; Nahuel Molina, Cristian Romero, Lisandro Martínez e Nicolás Tagliafico; Enzo Fernández, Giovani Lo Celso, Rodrigo de Paul (Ángel Correa) e Alexis Mac Allister; Lautaro Martínez e Julián Álvarez