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Rafael Reis

REPORTAGEM

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Ronaldo está perto de comemorar volta à 1ª divisão, mas não com o Cruzeiro

Ronaldo Fenômeno é o acionista majoritário da SAF do Cruzeiro - Reprodução/Mineirão
Ronaldo Fenômeno é o acionista majoritário da SAF do Cruzeiro Imagem: Reprodução/Mineirão

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Depois de oito anos atuando como proprietário e presidente de clubes de futebol, Ronaldo Fenômeno está contando os dias para comemorar pela primeira vez um acesso para a primeira divisão.

Não, ainda não chegou a vez de o Cruzeiro retornar para a elite do futebol brasileiro. Quem está na fila para comemorar a promoção é o Valladolid.

Faltando quatro rodadas para o encerramento da segundona do Campeonato Espanhol, o clube do segundo maior artilheiro da história das Copas do Mundo ocupa a terceira colocação, o suficiente para disputar os playoffs de acesso para a La Liga.

Mas o Valladolid ainda tem chances de escapar da repescagem e conseguir a vaga direta para a primeira divisão. Para isso, precisa ultrapassar Eibar (cinco pontos a mais) ou Alméria (quatro) e terminar a competição como campeão ou vice.

A primeira dessas missões é amanhã, justamente contra o líder Eibar, fora de casa. Depois, os Blanquivioletas ainda enfrentam Ponferradina, Ibiza e Huesca.

Apesar de não ter recebido tantos investimentos assim na melhoria do elenco, o Valladolid passou a maior parte da temporada no alto da tabela e brigando pelo acesso. O time tem o melhor ataque da "Série B" espanhola, com 62 gols, 16 deles marcados pelo israelense Shon Weissmann, o principal nome do elenco.

Ronaldo iniciou sua carreira como dono de clubes de futebol em 2014, quando adquiriu ações do Fort Lauderdale Strikers, dos Estados Unidos. Quatro anos depois, ele decidiu entrar no mercado espanhol.

Na época, o Valladolid estava na primeira divisão. E assim permaneceu por mais duas temporadas até a queda em 2020/21.

Descontente com a administração do Fenômeno, a torcida acusou o dirigente de "não se importar muito com o time". O estopim do descontentamento foi a divulgação de uma foto do ex-jogador passeando de barco com o ator Bruno Gagliasso enquanto a equipe estava na reta final da luta pela permanência na elite.

Ronaldo é dono de 82% das ações do clube e também ocupa o cargo de presidente da agremiação. Seu maior orgulho como cartola está na esfera administrativa: o Valladolid conseguiu reduzir consideravelmente suas dívidas e hoje é uma equipe superavitária (ou seja, que arrecada mais do que gasta). Na prática, que dá lucro.

O Cruzeiro foi o primeiro integrante do tradicional grupo dos "12 grandes" do Brasil a aderir ao modelo de SAF (Sociedade Anônima do Futebol) e negociar o comando do seu futebol para um investidor externo.

Para comprar 90% das ações do clube e se tornar o novo responsável pela gestão, Ronaldo, que chegou a vestir a camisa celeste no início da carreira nos gramados, irá pagar R$ 400 milhões ao longo dos próximos cinco anos -o aporte inicial foi de R$ 50 milhões.

Depois do Cruzeiro, outras duas forças historicamente de primeira grandeza do futebol nacional aderiram à fórmula. O Botafogo foi vendido para o empresário norte-americano John Textor, acionista do Crystal Palace (ING). Já o Vasco passou para as mãos do fundo de investimentos 777 Partners, que também é dono do Genoa (ITA).

Depois de passar as duas últimas temporadas na Série B sem conseguir o acesso, a equipe mineira teve uma bela largada na segunda divisão deste ano.

O time dirigido pelo técnico uruguaio Paulo Pezzolano somou dez pontos nas cinco primeiras partidas e iniciou a quinta rodada empatado com os líderes Bahia e Grêmio -os nordestinos já jogaram nesta semana e subiram para 13.

Neste domingo, os cruzeirenses têm um confronto direto pelas primeiras posições da competição, contra o Grêmio, outro gigante recentemente rebaixado, a partir das 16h (de Brasília), no Independência.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do que foi publicado, o jogo entre Cruzeiro e Grêmio será na Arena Independência, e não no Mineirão. O erro foi corrigido.