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Rafael Reis

REPORTAGEM

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Perto de acordo com Bahia, City deve gastar R$ 650 mi para entrar no Brasil

Jogadores do Manchester City comemoram gol sobre o Atlético de Madri em jogo da Liga dos Campeões - Matt McNulty - Manchester City
Jogadores do Manchester City comemoram gol sobre o Atlético de Madri em jogo da Liga dos Campeões Imagem: Matt McNulty - Manchester City

07/04/2022 04h20

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O City Football Group, conglomerado dono do Manchester City e de outros nove clubes espalhados por quatro continentes, já definiu o valor do investimento que pretende fazer para entrar no futebol brasileiro.

Próximo de um acerto para assumir a gestão do departamento de futebol do Bahia, a organização ligada a membros da família real dos Emirados Árabes Unidos planeja pagar R$ 650 milhões ao longo dos próximos três anos à equipe nordestina.

A informação foi publicada em primeira mão pelo jornal baiano "Correio" e confirmada pelo "Blog do Rafael Reis".

O aporte financeiro viria em três etapas. O primeiro pagamento (R$ 50 milhões) seria feito logo no início da parceria, prevista para julho. Outros R$ 150 milhões seriam investidos na virada do ano, caso o time consiga o acesso para a primeira divisão do Campeonato Brasileiro.

O restante do valor (R$ 450 milhões) seria dividido igualmente entre os anos de 2023 e 2024.

Vale ressaltar que essa quantia é relativa apenas ao que City terá de pagar ao Bahia pela compra de 90% da sua SAF (Sociedade Anônima do Futebol) caso o negócio realmente seja fechado. Os investimentos que o grupo fará com a chegada de jogadores e melhorias do elenco não entram na conta.

O presidente do Bahia, Guilherme Bellintani foi à Inglaterra nesta semana para conversar com a administração do conglomerado e fechar a proposta que será apresentada ao Conselho Deliberativo do clube para ser votada nas próximas semanas.

O dirigente assistiu à vitória por 1 a 0 do Manchester City, carro-chefe do conglomerado, sobre o Atlético de Madri, na terça-feira, na abertura das quartas de final da Liga dos Campeões da Europa.

Apesar de terem tido uma conversa inicial com o Atlético-MG, no final do ano passado, a ideia original dos árabes sempre foi investir na compra da SAF de algum clube que não fizesse parte daquele tradicional grupo dos 12 grandes do futebol brasileiro.

A princípio, o projeto do conglomerado para o Bahia não é repetir o que fez em outras partes do mundo, alterando seu nome para "Salvador City" e fazendo mudanças radicais no uniforme e no escudo.

O plano é repetir o mesmo modelo aplicado no Troyes (primeira divisão francesa) e no Girona (segundona da Espanha) que tiveram suas identidades preservadas após o início da parceria e só cederam o controle do futebol ao investidor.

O City Football Group existe desde 2013, mas seu embrião nasceu em 2008, quando o xeque Mansour bin Zayed Al Nahyan, integrante da família real de Abu Dhabi, comprou o Manchester City. Desde a aquisição, a equipe inglesa, que estava longe de ser uma das maiores potências do seu país, já faturou cinco títulos da Premier League e chegou uma vez à final da Liga dos Campeões da Europa.

Contando todos os times da empresa, já são 42 taças levantadas em oito países diferentes. Só o Lommel (Bélgica) e o Sichuan Jiuniu (China) não foram campeões de nada desde que entraram para a "família".

Só que nenhum deles foi para as mãos de um empresário/conglomerado que dirige um time da prateleira de cima da Europa. Quem dirige o Botafogo é John Textor, que é acionista minoritário do Crystal Palace, equipe do meio de tabela da Inglaterra. Já o dono do Vasco é o fundo 777 Partners, do Genoa, vice-lanterna do Italiano.

O Cruzeiro, por sua vez, selou acordo com o ex-atacante Ronaldo Fenômeno, proprietário do Valladolid, que disputa a segunda divisão do Espanhol. O negócio chegou a correr risco de ser cancelado devido a divergências entre o segundo maior artilheiro da história das Copas do Mundo e a diretoria da equipe celeste, mas o contrato deve ser assinado até o fim da próxima semana.